Grande Distribuição recupera em vendas mas confronta-se com abrandamento da economia

grandeAs 250 maiores empresas de Distribuição registaram um crescimento nas vendas superior a 5%, durante o exercício fiscal de 2010, que foi encerrado em Junho de 2011, de acordo com o 2012 Global Powers of Retailing, 15º relatório anual elaborado pela Deloitte Touche Tohmatsu Limited (DTTL) em colaboração com a Stores Media. A representar Portugal estão a Jerónimo Martins SGPS, SA, em 81º lugar, tendo subido quatro posições face ao raking do ano passado, e a Sonae SGPS, SA, na 145ª posição, menos 10 do que no ano anterior.

Comparativamente com o ano fiscal de 2009, onde o mesmo número de empresas manifestou um crescimento de 1,2%, os resultados globais denunciam uma melhoria substancial, facto que ganha particular importância, tendo em conta que 2010 foi um ano marcado pelo fim dos estímulos fiscais nos EUA, pela crise na zona euro e pela implementação de políticas monetárias mais exigentes nos principais mercados emergentes, adianta a Deloitte.

O relatório 2012 Global Powers of Retailing destaca ainda que a rentabilidade das 250 maiores empresas de distribuição também melhorou. Em 2010 o lucro líquido do grupo aumentou 3,8%, valor que supera os 3,1% registados em 2009.

Ainda assim, os retalhistas estão preocupados com a deterioração da economia global na segunda metade do ano, revela a consultora. «A economia global está a desacelerar. O crescimento em 2012 nos principais mercados do mundo será, provavelmente, mais lento do que em 2011. A crise na zona euro continua a sorver a confiança dos investidores e consumidores, ao mesmo tempo que nos EUA é expectável a manutenção de uma taxa de desemprego elevada», adianta em comunicado Ira Kalish, director da área Consumer Business para a Deloitte Research, parte da Deloitte Services LP nos EUA. Por outro lado, o responsável destaca que a China e as economias dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) estão a assistir a uma desaceleração, fruto de uma política fiscal mais apertada e do fraco crescimento global.

Não obstante, Ira Kalish deixa antever “raios de sol” num ambiente nublado: «Um dos efeitos positivos de um crescimento global mais lento será o contínuo amortecimento dos preços das commodities. Este cenário pode significar alguns benefícios de contabilidade para os retalhistas com a redução ao nível de custos, e a inflação em algumas economias pode vir a ter um impacto positivo nas margens de lucro, mesmo que o contexto de crescimento ao nível superior se mantenha lento.»

A verdadeira melhoria para a economia global, destaca o director da área Consumer Business para a Deloitte Research, verificar-se-á a longo prazo. «A China continuará a crescer, independentemente dos ventos contrários associados à demografia e aos aspectos estruturais, ao mesmo tempo que outros mercados emergentes, como a Índia, o Brasil, a Turquia, a Indonésia, zonas da América do Sul e da África subsariana, oferecem a possibilidade de um forte desenvolvimento e de novas oportunidades para os principais retalhistas do mundo», conclui Ira Kalish.

Conheça em baixo a lista das 10 primeiras empresas retalhistas, de acordo com o 2012 Global Powers of Retailing.

Empresa País de Origem Posição Vendas em 2010 (US$mil) CAGR
2005-2010 (%)
Wal-Mart Stores, Inc. EUA 1 418,952 6.0
Carrefour S.A França 2 119,642 3.9
Tesco PLC Reino Unido 3 92,171 9.3
Metro AG Alemanha 4 88,931 3.8
The Kroger Co. EUA 5 82,189 6.3
Schwarz Unternehmens Treuhand KG Alemanha 6 79,119 9.8
Costco Wholesale Corporation EUA 7 76,255 8.0
The Home Depot, Inc. EUA 8 67,997 -2.5
Walgreen Co. EUA 9 67,420 9.8
Aldi Einkauf GmbH & Co. oHG Alemanha 10 67,112 5.9
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