Mercadona continua a crescer: 13.ª loja é inaugurada amanhã

O mês de Julho assinalou o primeiro aniversário da Mercadona em Portugal. Ao longo desses 12 meses, a marca inaugurou outros tantos espaços e não vai ficar por aqui, havendo novidades já amanhã, com a abertura da 13.ª loja, em Penafiel.

A estratégia de expansão da Mercadona para 2020 contemplava a abertura de uma dezena de lojas. Com a de Penafiel, ficarão a faltar sete, que serão inauguradas em Aveiro, Porto e, pela primeira vez, Viana do Castelo.

André Silva, director de Comunicação da Mercadona em Portugal, desvenda qual será o rumo da expansão da marca no País, afastando, a curto prazo, a chegada à capital. «Por agora vamos continuar com o nosso plano de aberturas na região norte e, em paralelo, continuaremos a estudar futuras localizações. Lisboa talvez em 2022 ou 2023», explica.

À Marketeer, André Silva faz um balanço deste primeiro ano de actividade, destacando a relevância dos produtos portugueses no negócio da marca e a importância do Centro de Co-inovação. Localizado em Matosinhos, não só foi concebido para estabelecer relações de parceria com os produtores nacionais como para apostar na inovação com vista a disponibilizar uma melhor e mais vasta oferta para os clientes.

O primeiro supermercado Mercadona em Portugal abriu em Julho de 2019 em Canidelo, em Vila Nova de Gaia. Hoje, a marca conta já com 12 lojas no Norte do País e um bloco logístico em Varzim. Que balanço faz da operação da empresa em Portugal até ao momento?

Estamos muito satisfeitos com o primeiro ano e tem corrido tudo como previsto. Este é o primeiro projecto de internacionalização da Mercadona e trata-se de um projecto de aprendizagem e adaptação a um novo país. Temos vindo a adaptar-nos desde a abertura do primeiro supermercado, como o caso da redução de mais de 2000 preços, ou as melhorias que vamos realizando no sortido, dando resposta aos pedidos que nos vão chegando através dos nossos “chefes”, como chamamos aos nossos clientes. É certo que não contávamos com esta pandemia, que nos obrigou a travar o plano de expansão para nos dedicarmos a 100% para garantir a saúde e segurança dos nossos colaboradores e clientes. Retomámos esse plano a 16 de Junho com a abertura da loja na Avenida Europa, em Aveiro, entretanto abriu também a loja de Santo Tirso no dia 25 de Junho e continuaremos com o plano de expansão previsto para 2020.

Sendo a newcomer num mercado já bastante maduro, qual tem sido a estratégia da Mercadona para se diferenciar e conquistar share of wallet?

A Mercadona tem um modelo próprio que tem vindo a aplicar nas suas lojas em Espanha e que também é aplicado em Portugal. Sendo o nosso principal foco o “chefe”, queremos que reconheçam a qualidade das nossas marcas próprias, nas quais trabalhamos todos os dias para oferecer a máxima qualidade. A par com a qualidade está a nossa estratégia comercial SPB – Sempre Preços Baixos, que nos permite oferecer preços estáveis e constantes e que todos os elos da cadeia agro-alimentar da Mercadona possam ganhar. Outro factor diferenciador que também é importante referir diz respeito à nossa política de transparência, uma vez que identificamos todos os nossos fornecedores nas embalagens dos produtos de marca própria. Por exemplo, a marca de vinhos Castelo de Moinhos é uma marca própria da Mercadona produzida pela Adega de Monção. Esta informação consta no rótulo que vem na garrafa do vinho. Esta política de transparência, visível em todos os produtos, mostra o resultado de um trabalho conjunto, sempre em prol da máxima qualidade.

Que conceitos tem vindo a introduzir em prol de uma melhor experiência em loja?

Apostámos num novo modelo de loja eficiente da Mercadona que tem sido muito bem aceite pelos nossos clientes. Valorizam vários aspectos como a estrutura física da loja com corredores amplos e organizados, os carrinhos sem moedas, a perfumaria com colaboradores dedicados a dar conselhos, o “corte de presunto à faca”, onde podem provar o presunto e pedir para cortar e embalar no momento. São aspectos importantes que, aliados à qualidade e aos preços competitivos, fazem os clientes gostar da Mercadona.

Qual o posicionamento que a Mercadona quer construir no mercado português?

“Qualidade, qualidade, qualidade e sobretudo qualidade”. Esta é uma frase do Presidente da Mercadona, Juan Roig. Queremos que os nossos clientes reconheçam a qualidade dos nossos produtos e os preços competitivos. Por isso existe um grande investimento da empresa na inovação e melhoria contínua do sortido. Este trabalho é realizado pelos cerca de 50 especialistas de produtos que temos em Portugal, que utilizam o Centro de Co-inovação, em Matosinhos, para trabalhar com e para o cliente, procurando definir, através de um processo de colaboração, o melhor produto. Estes especialistas contam com o apoio dos departamentos de compras que procuram os melhores fornecedores, que produzem os melhores produtos, para satisfazer as necessidades dos nossos clientes.

Um dos focos da Mercadona tem residido na aposta de produtos portugueses. Qual a relevância desta aposta no negócio da marca?

Os processos de inovação e introdução de novos produtos e fornecedores portugueses são constantes. Foi para isso criámos o Centro de Co-inovação. As nossas equipas, quer os especialistas que definem o produto como os departamentos de compras, andam permanentemente em terreno à procura de novos produtos e novos fornecedores. Actualmente, trabalhamos com mais de 300 fornecedores portugueses, a quem comprámos, em 2019, 217 milhões de euros de produtos para ter nas lojas e serviços.

Ao contrário de outros players em Portugal, a Mercadona não coloca a ênfase na lógica promocional. Isso tem, de alguma forma, travado o negócio da marca em Portugal?

Sabemos que em Portugal fazem-se muitas compras em promoção, mas em Espanha as promoções também são uma realidade e a empresa mantem-se firme à estratégia que implementou em 1993, “SPB – Sempre Preços Baixos”, e tem tidos bons resultados, contando actualmente com 1636 lojas. Em Portugal, vamos continuar esta estratégia e tem vindo a ser bem recebida pelos consumidores: oferecer a máxima qualidade a preços competitivos e sempre constantes. Queremos que o cliente da Mercadona faça uma compra cómoda, saiba com o que pode contar a nível de preços e possa comprar o que realmente gosta e não se sinta condicionado a comprar unicamente o que está em promoção.

As compras online são outra tendência no retalho alimentar. Está em criação a aposta neste canal? 

Em Portugal o nosso foco de momento são as lojas físicas.

Quais os principais objectivos da Mercadona para 2020?

Continuar a garantir a segurança e a saúde de todos os nossos colaboradores e clientes durante todo o período desta crise de saúde e a abertura das 10 lojas previstas no nosso plano de expansão para 2020.

Texto de Rafael Paiva Reis

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