Francisco Bastos, Arcádia: «Em 2020, investimos acima de um milhão de euros»

Uma casa que, desde 1933, adoça a casa dos portugueses com chocolates e outros doces, a Arcádia viu, ao longo deste último ano, o seu negócio ser afectado pela pandemia como aconteceu em praticamente todo o retalho. Até porque a estratégia recente da marca tem passado pela abertura de espaços com cafetaria que se viram de portas fechadas durante os confinamentos.

Apesar de ter apostado em outros canais de venda, ainda assim, em 2020, a Arcádia registou uma quebra de 25% nas vendas do grupo face a 2019. «Mas sinto-me orgulhoso pela forma como, na Arcádia, temos reagido e ultrapassado esta fase», comenta Francisco Bastos, administrador da Arcádia, em entrevista à Marketeer. É que, apesar desta quebra, 2020 para a Arcádia foi o ano recorde ao nível de investimentos. «Investimos acima de um milhão de euros que é bem acima dos investimentos passados que tínhamos feito», salienta. Estes investimentos foram canalizados para a abertura de lojas (sete novas lojas), para as linhas de produção e para o digital (lançamento de nova plataforma para a loja online). Fruto destes investimentos, Francisco Bastos conta que acabaram o ano com a criação líquida de emprego, algo que enche de orgulho a marca.

A Arcádia não foi uma das estreantes no e-commerce em 2020, visto que a marca já vende online desde 2011, tendo vindo a crescer desde então. «Mas claramente que a pandemia veio reforçar a aposta no digital e nos canais delivery onde já estávamos presentes.» Em 2020, o valor de vendas online foi quatro vezes aquele que fora em 2019. Francisco Bastos acredita que este é um crescimento muito inerente à pandemia porque as pessoas passaram a comprar mais online, mas defende que o facto de terem lançado a nova plataforma em Novembro de 2020 ainda teve um impacto positivo nas vendas.

Em 2019, as vendas online representavam menos de 1% do global da empresa; no ano de 2020, chegaram já a representar cerca de 5%. E, em 2021, em meados de Março, as vendas online representam já 10% das vendas globais da empresa. «Tenho uma visão optimista de que estes não são consumidores temporários do online. São consumidores que foram forçados a vir para o online e isso abriu-lhes uma porta que os fez perceber que se pode comprar online com segurança e que as coisas correm bem.»

Ao contrário do que aconteceu no ano passado, nesta Páscoa a Arcádia não é apanhada de surpresa em relação à Covid-19 e em vez de reagir – que foi o que aconteceu em 2020 – pôde planear e colocar o foco da empresa no sítio certo para poder ter uma Páscoa melhor. «Desde o início do confinamento, em Janeiro, ficou muito claro para nós que tínhamos de preparar uma Páscoa online», conta o administrador salientando que isso tem implicações ao nível de alguns produtos (espessura dos chocolates para que o produto fique mais robusto) e no packaging. «Temos de garantir que um ovo ou um coelhinho da Páscoa chega a casa dos clientes em condições», diz referindo que a parte logística da last mile não é efectuada pela Arcádia, mas por um parceiro logístico.

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