Tudo começou com a célebre campanha do IKEA

Por Rita Montezuma, Axians Channel Marketing

Tudo começou com a célebre campanha do IKEA.

Do nada, ninguém estava à espera.

Em Janeiro, eles lançaram uma campanha relacionada com as buscas no gabinete do primeiro-ministro. Demorou dois meses. Na minha opinião podiam ter sido um pouco mais rápidos a reagir.

Devia ter sido logo no dia tal como faz a Control, que é logo no momento.

O IKEA abriu as portas para uma série de reacções hilariantes e fez várias marcas começarem a entrar na brincadeira política.

As marcas não ficaram para trás e correram para responder ao desafio do IKEA. Num movimento genial e em tempo real, mais rápido que o Beep-Beep, o  marketing da Triber Agency, a Staples entrou na brincadeira nas redes sociais com uma publicação que fez todo mundo rir: “Quem é que realmente guarda isso na sala?” acompanhada de uma foto de uma estante.

O próximo a entrar na dança foi também a Inokem, empresa de detergentes sustentáveis, apareceu para dizer que as estantes mereciam ser limpas. E a FNAC também se juntou à festa com uma resposta na ponta da língua, sugerindo que se alguém precisasse encher as estantes já sabia com quem falar, ou até mesmo o Gato Preto com uma foto de uma chaise longue, sabiam de um lugar perfeito para esconder aqueles 75.800 euros.

Na minha humilde opinião, essa campanha foi uma verdadeira obra-prima! É tão bom ver marcas que têm a coragem de serem diferentes e sair fora da caixa.

Os resultados da pesquisa sugerem que as respostas das marcas à campanha do IKEA resultaram numa onda de memes e discussão online, amplificando ainda mais a natureza viral da campanha.

O IKEA está mesmo a meter-se a fundo na política e está determinado a fazer toda a gente rir e pensar ao mesmo tempo.

Com mensagens como “Puxamos o tapete à inflação” e “Para se aquecerem sozinhos ou coligados”, está a mostrar uma criatividade fora do normal.

E depois disto tudo, agora, partilharam uma imagem no Instagram com três objectos que encontramos em casa – um verde, um amarelo e um vermelho – fazendo alusão ao logotipo do Governo de Portugal.

Quem sabe se o próximo armário que o IKEA montar será um partido político? Eu diria que até estão no bom caminho!! Já têm o meu voto.

Se o PS realmente tentou pôr um fim à campanha do IKEA? Isso realmente fica no segredo dos deuses. E a situação pode ser comparada à montagem (ou desmontagem) dos móveis do IKEA: por vezes, parece que precisamos de um curso avançado para entender as instruções.

Este tipo de abordagem deve continuar não só nas marcas, mas também nos partidos políticos. É refrescante ver uma comunicação mais ousada e criativa, que não tem medo de usar o humor para se destacar.

O partido PAN, por exemplo, colocou um outdoor com a frase “Touradas só na cama”. É um exemplo perfeito de como podem utilizar o espaço público para transmitir a sua mensagem de uma forma diferente e única. É encorajador ver os partidos políticos a adoptarem uma abordagem mais criativa e descontraída, o que pode ajudar a aproximar-se mais dos eleitores e tornar a política mais acessível e interessante para todos.

Gostei tanto da abordagem do PAN que decidi identificá-los.

Vi uma publicação da Odisseias em que questionavam sobre quem levaria para um hotel de sonho. O que me veio à cabeça? Identificar o PAN porque eles prometiam touradas. Para minha surpresa, o PAN respondeu e até partilhou a minha resposta.

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