Danone vai eliminar 900 postos de trabalho na Europa

O grupo agroalimentar Danone anunciou hoje que pretende eliminar 900 postos de trabalho e fundir unidades administrativas num total de 26 países europeus, entre os quais Portugal. O plano de redução de custos, que já tinha sido anunciado em Dezembro passado, visa combater a quebra do consumo no mercado europeu, onde as vendas da empresa recuaram 2,2% no ano passado.

Em comunicado, o Grupo Danone anuncia uma “redução para cerca de metade das unidades administrativas, através da junção de equipas de vários países em unidades multi-países”. Ainda assim, o grupo garante que irá continuar a operar em todos os mercados onde está actualmente presente.

Para além disso, o grupo francês, que detém marcas como Activia, Grego e Evian, anunciou a integração de subsidiárias com diferentes funções administrativas e que actualmente funcionam separadamente. “Este modelo vai aumentar a capacidade de resposta e acelerar o processo de decisão. Vai ainda permitir poupanças de custos administrativos e gerais que vão contribuir para o plano de redução de despesas anunciado a 13 de Dezembro” do ano passado, refere a Danone. O plano destina-se a poupar 200 milhões de euros em dois anos.

De acordo com o Jornal de Negócios, a fábrica do grupo em Portugal, localizada em Castelo Branco, e que emprega cerca de 120 pessoas, não será alvo de despedimentos. Por outro lado, o escritório do grupo em Lisboa vai sentir na pele os efeitos dos cortes anunciados. “O impacto na Danone Portugal do anúncio hoje efectuado pelo Grupo Danone será em posições de gestão e administrativas”, adiantou fonte da Danone Portugal ao Jornal de Negócios, sem revelar o número de funcionários que serão afectados.

Quebra de vendas na Europa

Para além das medidas de redução de custos, o Grupo Danone revelou hoje os resultados financeiros relativos ao exercício do ano passado. Em 2012, o grupo registou vendas na ordem dos 20,9 mil milhões de euros, o que representa um aumento “like for like” (que compara apenas as vendas nas lojas que já existiam no ano anterior) de 5,4% em relação a 2011.

No mercado europeu, que representa cerca de metade da facturação do grupo, as vendas recuaram 2,2%, para 10,8 mil milhões de euros. Esta performace contrasta com um aumento de 12% no mercado asiático, para 3,6 mil milhões de euros, e 4,7% no resto do mundo, para 6,4 mil milhões de euros.

O resultado líquido do grupo cresceu 0,9%, numa base “like for like”, para 1,8 mil milhões de euros.

Para 2013, que “continuará a ser um ano de transição”, o grupo liderado por Franck Riboud prevê um crescimento das vendas “like for like” de pelo menos 5%.

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