“A Última Ceia” chega à Peixaria da Esquina

O chef Vítor Sobral foi o escolhido deste ano pelo Canal História para uma viagem histórica de interpretação e recriação da ementa da Última Ceia de Jesus Cristo com os apóstolos, adaptando-a ao século XXI. Nesta que é a quinta edição de “A Última Ceia”, o chef Vítor Sobral fez-se acompanhar de Mário Rolando Peres, especialista em pão, e Paulo Laureano, enólogos português. «Achei que era engraçado convidar a juntar-se a mim o Paulo, que faz vinho de Talha, e o Mário, que faz pão sem adição de fermentos comerciais», explicou no almoço de apresentação Vítor Sobral.

E a verdade é que o pão e o vinho, enquanto simbolismo, foram elementos muito importantes na última ceia já que o pão simbolizava o corpo de Cristo e o vinho representava o seu sangue. Assim, Mário Rolando Peres, foi convidado a amassar o pão para “A Última Ceia” e explicar a diferença entre pão fermentado e não fermentado. Já o enólogo Paulo Laureano juntou-se ao desafio por ser um dos poucos, em Portugal, a produzir o vinho em Talha, método usado há dois mil anos e que permite a fermentação natural.

O chef Vítor Sobral vai disponibilizar o menu “A Última Ceia” no restaurante Peixaria da Esquina, em Campo de Ourique (Lisboa), de 1 a 16 de Abril, como opção de refeição para os visitantes. Estes poderão degustar três criações: entrada, prato de carne e sobremesa.

A couvert de entrada é composta por azeitonas temperadas com hortelã, mousse de pistácio com queijo de ovelha, ervas aromáticas e pão não fermentado que, acredite, vai perceber que é bem diferente

«Sendo o “garum” um tempero muito usado para os pratos da época», explica Vítor Sobral, a entrada inclui o atum Escabeche, orégãos, redução de vinho e sangue de atum. Já o prato principal é cordeiro assado, feijão e nozes. Junta-se-lhe ainda a quinoa,muito em voga actualmente e que ajuda a ensopar o molho. «Após algumas pesquisas sobre os ingredientes da época, eram referidos o cordeiro e o feijão com molho cozido em fogo lento. A minha ideia foi assar o cordeiro no forno e também uma vez mais aproveitar a alcatra de feijão da cozinha regional açoriana, que é feita no forno, para compor o prato. As nozes eram também um ingrediente, muito utilizado na época, por isso aproveitei-as para temperar o cordeiro», comenta o chef. E quando se leva um pedaço de carne à boca percebe-se que foi cozinhado de forma lenta e a baixas temperaturas, dando a sensação de ter sido cozinhado em forno a lenha.

Para a sobremesa a proposta são mexidos estilo charroset (pão, vinho, mel e frutos secos). Vitor Sobral explica que faz lembrar os mexidos de Braga, uma sobremesa que é feita habitualmente no Natal, mas que aqui lhes juntou puré de maçã e, à parte, sorvete de limão «para cortar o doce». E a verdade é que o sorvete faz mesmo a diferença.

A produção especial “A Última Ceia” estreia no Canal História no dia 7 de Abril, às 22h00. A recriação foi gravada no restaurante Peixaria da Esquina, na Adega com ânforas de barro, em Beja, e na Padaria em Figueiras.

Texto de Maria João Lima

Menu Última Ceia – História 2017

Entrada: Atum Escabeche, orégãos, redução de vinho e sangue de atum

Prato de Carne: Cordeiro Assado, feijão e nozes, e quinoa

Sobremesa: Mexidos estilo Charroset (pão, vinho, mel e frutos secos)

Vinho: Paulo Laureano Tradições Antigas Talha

Recorde edições anteriores de “A Última Ceia” nos artigos Recriada a Última Ceia e Henrique Sá Pessoa recria última ceia.

Artigos relacionados