Opinião de Mariana Malato, Content Manager & Storyteller na Quidgest
No mundo do Marketing B2B, há uma relação que é inegável: se é B2B, é LinkedIn. É nesta rede social que estão os decisores, os líderes de opinião, os profissionais. Claro, o LinkedIn continua a ser uma plataforma essencial para quem comunica com empresas. Mas… será que é a única?
Num cenário onde existe já uma grande diversidade de plataformas, apostar todas as fichas numa só rede social pode ser mais limitação do que estratégia. O marketing vive da criatividade, da experimentação, de novas formas de chegar às pessoas. Acredito que é uma área onde devemos desafiar barreiras e ideias pré-concebidas para ir mais longe. As abordagens mais disruptivas são, muitas vezes, as que mais se destacam e as que geram melhores resultados.
Estaremos a subestimar o potencial de outras redes? Será que uma abordagem mais completa, multicanal e fora da caixa não traria mais impacto, mais proximidade, mais resultados?
LinkedIn: essencial, mas não exclusivo
O foco do LinkedIn é a rede social do B2B – autodenomina-se como “a maior rede profissional do mundo” – e tem uma proposta de valor clara: networking profissional, posicionamento como autoridade e uma comunidade orientada para negócios. É onde pomos o “chapéu” de profissional e procuramos conteúdo que nos ajude a crescer, aprender e liderar. Mas isto não significa que seja o único canal capaz de gerar resultados. Apesar de continuar a ser a plataforma digital que gera mais valor para os marketeers, o cenário está a mudar: com a entrada de gerações mais jovens no mundo do trabalho, torna-se essencial adaptar a comunicação aos canais onde esses públicos realmente estão.
Facebook, Instagram, Youtube, Pinterest… Também têm lugar
Falar de B2B fora do LinkedIn ainda pode causar estranheza, mas a verdade é que outras redes sociais podem ter um papel estratégico interessante no marketing entre empresas, especialmente quando a abordagem é integrada.
O Instagram tem-se mostrado eficaz para comunicar de forma mais informal, permitindo humanizar marcas, educar audiências e reforçar a cultura corporativa. É também uma forma de criar relação com comunidades profissionais e gerar ligação emocional com os públicos certos. Um ótimo exemplo disto é a SEMrush, que aposta em conteúdos visuais e descontraídos para atrair e fidelizar a sua comunidade.
O Facebook, apesar de estar menos “na moda”, continua a ser relevante para grupos profissionais, comunidades de nicho e campanhas de remarketing.
O YouTube é uma plataforma valiosa para conteúdo educativo e técnico, como demonstrações de produto, tutoriais, webinars, estudos de caso, entre outros formatos. Tudo isto são materiais que ajudam na tomada de decisão B2B. Com criatividade, pode também afirmar a marca como autoridade no seu setor e fortalecer a sua presença.
Em setores mais criativos, como o design de interiores, arquitetura, eventos ou branding visual, o Pinterest, muitas vezes esquecido, pode ser altamente eficaz. Funciona como um motor de busca visual que atrai tráfego qualificado, ajudando marcas B2B a inspirar e captar atenção em momentos-chave de pesquisa e planeamento.
A oportunidade está na pluralidade
No fundo, o que os canais de Social Media têm em comum é a capacidade de criar ligação emocional, gerar confiança e posicionar marcas com autenticidade, mesmo em contextos empresariais. Isto é o que permite a construção de comunidade, mesmo que seja de profissionais. Este sentimento de pertença e de ligação emocional é algo que tem ganho cada vez mais importância no que toca a conquistar resultados no Marketing. Afinal, no B2B, mesmo quando o foco são empresas, comunicamos com pessoas. E as pessoas não estão só no LinkedIn. Estão também no Instagram, Facebook, Pinterest, YouTube, X, e em muitas outras plataformas.
A questão já não é “porquê sair do LinkedIn?”, mas sim “o que estamos a perder ao ficar só por lá?”