Opinião de Inês Simões (Grupo Ageas Portugal): Are you talking to me?

Por Inês Simões, Directora de Comunicação Corporativa, Marca e Cultura Organizacional do Grupo Ageas Portugal

O mundo que nos rodeia tem a sua riqueza na diversidade: de culturas, origens, gerações, etnias, géneros, perspectivas. Ao reflectir a diversidade do mundo em que vivemos e promover uma cultura inclusiva, as marcas aportam valor ao negócio, fortalecem a sua reputação, chegam a mais pessoas, inspiram inovação e estabelecem conexões mais fortes com clientes, parcerias, colaboradores/as, sociedade, accionistas.

Por isso, a inclusão e a diversidade são, hoje, componentes essenciais de estratégias de branding bem-sucedido e de reputação corporativa, impulsionadoras do sucesso das organizações.

Autenticidade é a palavra de ordem. Os esforços de inclusão e diversidade em comunicações e gestão de marcas nunca devem ser tratados como meras tácticas de marketing. Evitar o tokenismo é crucial para construir uma marca forte que ressoe com os consumidores.

Consistência e coerência, sempre: entre a linguagem da marca, a proposta de valor, a abordagem, a atitude, os valores e princípios, e a cultura da organização. Colaboradores/as que se sentem respeitados e valorizados têm orgulho da sua organização, têm mais probabilidade de advogar pela marca e de ser verdadeiros embaixadores. Esse alto nível de engagement impacta positivamente a reputação da marca e o negócio.

Inclusão e diversidade no ambiente de trabalho impulsionam também a criatividade e inovação: quando as estratégias de comunicação e de marca são geridas por uma equipa diversificada, é mais provável que ressoem com um público mais amplo e se destaquem num mercado competitivo.

Marketeers e comunicadores desta vida, o desafio parece ser simples e altamente recomendável, quando, reforço, existe um compromisso genuíno por uma comunicação mais inclusiva, e experienciada através dos diversos touch points:

– Incorporem vozes e representações diversas na vossa comunicação;

– Apostem numa linguagem mais inclusiva e/ou na incorporação da língua gestual, façam a vossa voz de marca chegar a mais pessoas;

– Sejam o mais representativos/as possível na escolha de imagens;

– Valorizem a acessibilidade nos conteúdos e campanhas digitais;

– Envolvam as comunidades e trabalhem com organizações inclusivas, isto permite-vos incorporar feedback de diversas perspectivas e aprender;

– Pensem de que forma podem incorporar nas vossas campanhas uma contribuição positiva para a sociedade;

– Apostem numa cultura interna de diversidade e inclusão, formem as vossas pessoas, aceitem o erro e tenham a humildade de receber feedback, e de continuar a aprender;

– Falem de histórias autênticas, reais, emocionais, que espelhem a riqueza da diversidade. As vossas campanhas irão criar verdadeiras conexões. E se, de repente, mais marcas adoptarem boas práticas de diversidade e inclusão na sua comunicação, deixamos, cada um/a de nós, de ser diferenciadores? De todo, teremos a certeza de ter mais vozes e pessoas a contribuir para uma sociedade mais inclusiva, equitativa e melhor.

E porque estamos todos a aprender, fico à espera da partilha das vossas boas práticas: vamos falar mais e incorporar mais a diversidade e a inclusão na gestão das nossas marcas e comunicação?

Artigo publicado na revista Marketeer n.º 325 de Agosto de 2023

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