FMCG: mercados emergentes ultrapassam desenvolvidos

Pela primeira vez, os gastos em fast-moving consumer goods (FMCG) em mercados emergentes ultrapassaram os registados em mercados desenvolvidos. Dados de 2016 revelam que os gastos em países emergentes cresceram 6% face ao ano anterior, ao passo que as vendas em geografias consideradas desenvolvidas estabilizaram.

A conclusão é do estudo anual Brand Footprint da Kantar Worldpanel, segundo o qual os mercados emergentes representam 51% dos gastos neste tipo de bens versus 48% há três anos. Rússia, Sri Lanka, Indonésia e Filipinas foram os países que mais contribuíram para o aumento de 34 mil milhões de dólares (30,4 mil milhões de euros) no sector.

O mesmo relatório inclui ainda o ranking das marcas FMCG mais escolhidas a nível mundial. Neste âmbito, a Coca-Cola mantém o seu lugar enquanto marca mais escolhida pelo quinto ano consecutivo, seguindo-se a Colgate.

A Dettol é a marca que mais cresce no ranking, estreando-se no top 50. A Sunsilk, por seu turno, entrou para o top 10 ao apresentar um aumento de 12%.

«Ser escolhida por mais pessoas, com mais frequência é a forma das marcas crescerem», comenta Josep Montserrat, global CEO da Kantar Worldpanel. Em comunicado, acrescenta que é crítico para as marcas perceber «onde encontrar as oportunidades mais valiosas – seja numa região emergente com população em crescimento ou inovando para atender a necessidades por explorar num mercado mais desenvolvido».

O estudo Brand Footprint conclui ainda que o custo médio pago pelo comprador cada vez que escolhe uma marca é de 1,92 dólares (1,71 euros) e que comprar marcas de alimentação vale menos do que produtos de saúde e beleza, ainda que sejam compradas com mais frequência.

Por fim, o estudo da Kantar Worldpanel indica que as marcas locais cresceram 2,6%, no ano passado. Alimentação e bebidas foram as categorias que mais cresceram (74 e 67%, respectivamente).

Segundo o relatório, “ser uma marca global já não significa que terá automaticamente um preço premium”, pelo que as marcas globais têm de “trabalhar mais para convencer os consumidores”. Em 2016, a diferença de preços entre marcas globais e locais reduziu de tal forma que quase desapareceu.

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