FLAG: Crescer lado a lado com as tendências

A aprendizagem e a educação já não são um serviço one size fits all. Quem o garante é Gabriel Augusto, director da FLAG, que tem vindo a aplicar esta filosofia na escola de formação que lidera. Com centros em Lisboa, Porto e Coimbra, mas com alcance nacional através de modalidades de Live Training e soluções personalizadas, a FLAG assinala este ano o seu 30.º aniversário. Um marco apenas possível precisamente por estar constantemente atenta às novas tendências e às ferramentas de que o mercado e os seus formandos precisam para evoluir.

Segundo Gabriel Augusto, o histórico de qualidade e reconhecimento construído ao longo de tantos anos é, e continuará a ser, sempre um dos maiores factores de diferenciação da FLAG, perante a multiplicidade de opções de formação que existem no mercado português. E o compromisso é de continuar a investir para que o reconhecimento perdure.

Em que contexto foi criada a FLAG e a que necessidades procurou responder?

A FLAG foi criada em 1992 para responder às necessidades de formação contínua em artes gráficas, com um foco muito específico em ferramentas para Design Gráfico. Devo, no entanto, ressalvar que a equipa de gestão actual apenas chegou à FLAG em 2006, com a sua aquisição pelo Grupo Rumos. A integração neste grupo económico foi uma decisão estratégica para complementar o seu portefólio de empresas de formação, com uma marca já estabelecida no mercado e particularmente reconhecida pelos agentes que actuavam na indústria criativa.

A intenção foi, tal como se verificou nos anos seguintes, o investimento no desenvolvimento da oferta formativa da FLAG para englobar outros domínios complementares às artes gráficas, posicionando-se como o parceiro privilegiado de desenvolvimento de competências para empresas e particulares em Design, Comunicação, Marketing e Criatividade. Cumprindo, assim, o nosso desígnio de potenciar a qualidade dos profissionais e da própria indústria criativa em Portugal, através da formação e da nossa ligação aos principais agentes do sector.

Quais os momentos mais determinantes no percurso da marca e porquê?

A par da integração no Grupo Rumos, em 2006, e do lançamento da Academia FLAG de Marketing Digital, em 2011, considero que, tal como a generalidade das organizações, o ano de 2020 foi um momento de grande transformação. Embora a FLAG já disponibilizasse desde 2015 uma solução de formação à distância (Live Training) no âmbito da sua estratégia de democratização do desenvolvimento de competências para áreas geograficamente distantes das cidades onde se encontrava instalada, foi, sem dúvida, apenas em 2020, que este modelo de formação ganhou corpo e expressão: de um dia para o outro transitámos centenas de alunos presenciais para o modelo de Live Training (à distância e em tempo real).

Mesmo já com uma solução testada e implementada, foi todo um processo de aprendizagem e melhoria contínua que implicou não só uma renovação de todo o sistema de informação, como também de novas metodologias formativas, de acompanhamento e engagement de alunos e de digitalização de processos e procedimentos formativos.

A situação trouxe novas oportunidades de expansão geográfica para a FLAG, que permitiu a sua descentralização para fora de Lisboa, Porto e Coimbra, para além de conquistar uma quota já bastante representativa de alunos internacionais de língua portuguesa no seu volume de negócios. Não foi o seu primeiro passo na internacionalização, mas certamente o maior e mais importante ano no processo do crescimento da FLAG, de Portugal para o mundo.

Note-se, ainda, que esta mudança também influenciou o funcionamento da própria organização, permitindo até hoje um modelo de trabalho híbrido para os seus colaboradores, com foco na sua qualidade de vida, assim como da transformação e reorganização das diversas equipas geográficas (de backoffice e de formadores) numa só equipa nacional, com todas as vantagens que daí advêm.

Desde a criação da FLAG, quais as principais mudanças que o sector da formação enfrentou?

O sector da formação evolui sempre em paralelo com o próprio mercado de trabalho, que dita de alguma forma as novas necessidades de desenvolvimento de competências.

Uma das maiores mudanças verificadas é a valorização efectiva da formação como uma das principais ferramentas para a promoção da competitividade das pessoas e das organizações. Já lá vai o tempo em que a formação era apenas uma obrigatoriedade para as empresas, ou algo que os particulares procuravam apenas em fases de início de carreira.

Hoje, a formação é vista como um investimento contínuo, com retorno mensurável. Esta valorização também elevou os níveis de exigência, obrigando ao desenvolvimento de novas soluções de aprendizagem, para responder às diferentes necessidades existentes, deixando de ser um serviço one size fits all. A formação, mais do que só um momento de aprendizagem, tem de ser desenhada hoje em dia como uma experiência em ciclos com objectivos específicos, com uma necessidade de equilíbrio constante entre os momentos mais expositivos e práticos, de partilha e de networking.

Também já lá vai o tempo em que as entidades de formação podiam decidir pelos seus alunos qual a melhor forma de acesso à aprendizagem. Hoje, temos de reconhecer as diferenças individuais de cada um e disponibilizar uma grande variedade de opções adequadas.

Como se distingue a FLAG das restantes escolas a actuar neste mercado, em Portugal?

Existem muitos players de muito valor a actuar neste mercado em Portugal. Acreditamos que o histórico de qualidade e reconhecimento construído ao longo de tantos anos é, e continuará a ser, sempre um dos nossos maiores factores de diferenciação. Muitos dos nossos antigos alunos, que encontraram no passado um meio de entrar no mercado de trabalho através de um curso na FLAG, são hoje decisores em agências e marcas de renome nacional e internacional, constituindo provavelmente a nossa maior fonte de recomendação de novos alunos.

Procuramos também renovar constantemente a nossa bolsa de formadores com novos elementos, que trazem consigo novas ideias e abordagens, muitos dos quais da nossa comunidade de alumni, o que é claramente uma demonstração de confiança na qualidade do que fazemos.

É também estratégica a importância que damos ao processo de aconselhamento pedagógico, assim como o esforço que fazemos ao nível de acompanhamento pós-formação. A FLAG tem uma equipa dedicada exclusivamente ao apoio na integração dos nossos alunos em início de carreira no mercado de trabalho, em constante contacto com a nossa rede de parceiros de entidades empregadoras.

Por pertencermos a um dos grupos mais representativos na área da formação e educação, temos um conhecimento profundo sobre o sector. Para além disso, temos a capacidade de responder a qualquer necessidade de formação do tecido empresarial. Mesmo que inclua áreas fora da sua especialização, a FLAG gere o plano de formação de qualquer empresa de forma integrada e a 360º, através de parcerias com outras entidades do grupo, como é o caso da Galileu e da Rumos.

Quantos centros de formação tem a FLAG, actualmente?

Estamos fisicamente em Lisboa, Porto e Coimbra, com instalações próprias para a formação presencial em sala. No entanto, a actividade da FLAG não está limitada a estas cidades, uma vez que desenvolvemos acções de formação em qualquer ponto do País, ou no mundo, quer presencialmente, ou através da metodologia de Live Training.

Qual a taxa de regresso dos formandos da FLAG para novas formações? E em que áreas?

Varia bastante de tipologia para tipologia de formação. Por exemplo, é bastante comum os formandos que regressam anualmente à FLAG para a realização de cursos de curta duração, como forma de se manterem actualizados e/ou alargar as suas competências em áreas tangenciais à sua função. No caso dos formandos que se inscrevem nas Academias FLAGProfessional, cuja duração pode variar entre 8 e 12 meses e que representam também um investimento financeiro mais acentuado, é frequente que voltem apenas a investir na sua formação depois de uma pausa mais prolongada.

De uma forma ou outra, é para nós sempre um orgulho quando recebemos antigos alunos em novas acções de formação, por se tratar da melhor demonstração do seu voto de confiança no nosso trabalho. Por isso mesmo, temos uma política de condições especiais para antigos alunos e disponibilizamos também regularmente sessões, talks e conteúdos gratuitos, que permitem fortalecer essa ligação ao longo do tempo.

Como estão os 30 anos da empresa a ser assinalados?

Temos várias acções definidas para assinalar o nosso 30.º aniversário, das quais se destaca a #FLAGtalks Special Edition. Quisemos, por um lado, uma iniciativa que pudesse envolver toda a comunidade FLAG e, por outro, algo que não desvirtuasse a nossa missão de partilha de conhecimento.

Nesse sentido, a #FLAGtalks Special Edition consiste numa maratona de talks ao longo de todo o mês de Outubro que envolve, não só alguns dos nossos formadores (Rita Tomé Duarte, Ruben Duarte e Suleander Zahn), mas também antigos alunos (Lúcia Seixo, Margarida Pinto e Tiago Dias), parceiros (Clube Criativos Portugal, Digital Marketers e Lisbon Awards Group) e outros convidados (Hugo Veiga e Sara Palaio).

A participação na #FLAGtalks Special Edition está aberta a todos e é totalmente gratuita. Tem, no entanto, vagas limitadas por talk e carece de uma inscrição prévia. Tanto a agenda como o processo de inscrição estão disponíveis no nosso site.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 315) da Marketeer.

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