WYcreative: A curiosidade salvou o gato

A 1 de Junho deste ano, a BY e a FEVER fundiram- se e surgiu a WYcreative. Num escritório moderno na Av. Marginal, com grandes janelas, espaços orgânicos para trabalhar ou para momentos de pausa, e uma vista privilegiada sobre o mar, a nova agência aposta na criatividade independentemente da plataforma. Pretende, acima de tudo, dar resposta aos desafios colocados pelos clientes, nunca se desligando da pergunta que se tornou um lema da marca: “Porquê?”

«Somos uma agência que procura respostas, procurando perguntas», afirma João Mastbaum, chief Customer officer da WYcreative. Integrada no WYgroup, define-se, ainda, como «uma agência criativa que agrega valências de todas as áreas da comunicação: tecnologia, dados, estratégia e comunicação online e offline».

Apostando em ambas as plataformas, é, no entanto, o digital que lidera a maioria dos projectos aceites pela agência: «Grande parte dos nossos clientes chega-nos com desafios criativos e campanhas 360º, que se materializam em todos os meios, mas com maior relevância no online. Para além da estratégia e criatividade, que são transversais, 70% da nossa actividade incide no digital (plataformas, websites, social media e equipas de UX/UI)», adianta o mesmo responsável.

Apesar da predominância do digital, a verdade é que na WYcreative existem também «equipas dedicadas a clientes específicos, como, por exemplo, na área do retalho, com um grande foco em POS».

ONLINE VS OFFLINE

Há muito que o marketing digital conquistou um lugar no coração das marcas e se tornou uma ferramenta imprescindível na captação de clientes e na visibilidade de marca, mas, afinal, como é que o digital e o mundo físico coexistem, actualmente, na comunicação? «A relação entre o digital e o físico é cada vez mais próxima. Em grande parte, porque a tecnologia que torna esta relação possível não pára de evoluir, e porque esta relação se tem revelado um facilitador da vida das pessoas em diversos aspectos, fora do universo da comunicação. Com a tecnologia cada vez mais eficaz e acessível, e com as pessoas cada vez mais conscientes das vantagens desta união digital/físico, a relação marca/audiência tem melhorado em muitos aspectos. As audiências estão cada vez mais receptivas a este tipo de comunicação e as campanhas lançadas são cada vez mais imersivas, inusitadas e disruptivas – uma capacidade que também foi reforçada através da criação da WYcreative», reforça o chief Customer officer da agência.

Para esta coexistência contribuiu, certamente, a transformação digital, que alcançou novos níveis durante o período em que o mundo parou. Terá a pandemia de Covid-19 impactado também a estratégia da comunicação? De acordo com João Mastbaum, «antes da pandemia, o marketing digital já estava em alta, pelo que, com o isolamento social, as marcas viram-se forçadas a acelerar a transformação digital para não reduzirem as suas vendas e também para conseguirem angariar novos clientes. Essa transformação materializou-se em novos sites, plataformas de e-Commerce e também em maior presença nas redes sociais. Muitas marcas não conseguiram iniciar ou concluir esta transformação e aquelas que deram esse passo querem manter esse rumo, pois conduziu a uma aproximação enorme entre marca e cliente, em grande parte devido à eficiência crescente dos investimentos através de segmentação e SEO».

Numa aproximação maior entre cliente e marca, é impossível não referir o papel que as redes sociais ocupam quando se pensa em marketing digital. Mas isso não significa que baste apenas investir neste canal de comunicação. «Se não existir uma estratégia bem definida e pensada especificamente para cada canal, somos os primeiros a dizer que não vale a pena estar neste universo. Se for uma declinação de campanhas não-sociais, não faz sentido. Na nossa óptica, nem todas as marcas têm de estar presentes em redes sociais, pois essa presença depende das estratégias de comunicação e, principalmente, do tipo de relação que a marca quer ter com os seus públicos», reflecte João Mastbaum.

Estar presente em redes sociais implica, na opinião do chief Customer officer da WYcreative, uma preparação interna das equipas de marketing, o que muitas vezes parece não acontecer. «É por isso que temos casos de marcas que tão rapidamente entram nas redes sociais, como de repente desaparecem. Isto acontece normalmente porque, a partir do momento em que abrimos este canal de comunicação com os consumidores, temos de estar preparados para manter esta relação», acrescenta o chief Customer officer.

O responsável refere, ainda, outro ponto que deve ser tido em conta no planeamento e abordagem da marca às redes: «As redes sociais não são todas iguais. O tipo de presença que uma marca tem no Facebook não deve ser igual à que tem no Instagram, no LinkedIn ou no TikTok, pois a utilização destas redes é bastante distinta e, por esta razão, a abordagem das marcas deve ser ajustada às especificidades de cada plataforma. Por todas estas razões, não podemos dizer que o Instagram é mais importante que o Facebook, ou que qualquer outra rede, porque depende muito da estratégia e dos objectivos da marca.»

Quanto às principais tendências de marketing digital que se revelaram e ganharam destaque nesta fase pós-pandémica, a WYcreative aponta para a relevância do social commerce, da implementação do metaverso e VR, assim como a chegada efectiva da Web3, além de NFTS, plataformas relacionais com layers de jogos e gamification, virtual influencers, entre outros, e deixa em aberto a promessa de «mais novidades sobre algumas destas tendências».

Considerando que o marketing de influência pode, igualmente, ter um impacto relevante nas estratégias das marcas, João Mastbaum chama a atenção, no entanto, para o facto de este só dever «ser usado quando faz sentido, quando se adequa à marca em questão e à campanha que estamos a criar e planear. Sentimos que, em muitos casos, é um add-on apenas porque está na moda, ou porque sabemos que de alguma forma a influenciadora X ou Y pode trazer resultados, mas não devemos deixar de pensar se a pessoa faz sentido para a marca e para a campanha em questão. Vermos 10 pessoas a criar o mesmo tipo de conteúdo, ou a mostrar determinado produto que já todos vimos, deixou de resultar, pelo menos na óptica de quem está a ser impactado. Sentimos que, de certa forma, este tipo de marketing se está a saturar e que mais cedo ou mais tarde pode vir a perder o impacto que tem.»

O FUTURO DO MARKETING DIGITAL

Como qualquer outra área em constante desenvolvimento e prevendo-se mudanças cada vez mais rápidas, que desafios o marketing digital traz, então, para as agências criativas? Qual o mindset para responder às necessidades do mercado, tendo em conta a curiosidade e a vontade de fazer diferente do instituído, de colocar perguntas sem temer respostas, de ir além, em conjunto com a vontade do cliente? A WYcreative acredita que o segredo está na capacidade de se perceber e acompanhar o que está a acontecer: «Trabalhar em marketing digital é desafiante, na medida em que exige uma constante actualização de conhecimentos e tendências. O mundo digital está em constante mudança (novos algoritmos, novos formatos, novas plataformas, novas formas de tratar dados, entre outros).» Ainda de acordo com João Mastbaum, as regras de ouro para abraçar qualquer novo desafio passam por «estar atento a tudo o que se passa no digital, criar dinâmicas semanais nas equipas para partilha de tendências e novidades, e aprender algo novo pelo menos de seis em seis meses».

E porque o sucesso das empresas também depende das pessoas, a WYcreative aposta fortemente nos recursos humanos e existe um requisito fundamental quando procuram novos elementos para a equipa: «Acima de tudo, e de forma transversal, valorizamos pessoas curiosas e que tenham vontade de se manterem actualizadas neste mundo em constante evolução.»

Num momento da vida da agência em que diversos projectos e novos clientes estão a surgir, a empresa está a reforçar a equipa, em especial nas áreas de engenharia (back-end e front-end), Design (digital designer, social media designer e UX/UI) e gestão de projecto. Uma tarefa sempre desafiante, mas certamente facilitada pelas condições apelativas de «um escritório renovado com uma vista incrível para a praia, 27 dias de férias, horário reduzido todas as sextas-feiras, sunsets e um conjunto de outras regalias», complementa o chief Customer officer da agência WYcreative.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Marketing Digital”, publicado na edição de Setembro (n.º 314) da Marketeer.

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