Web Summit: Vá a Marte sem sair do autocarro

As audiências querem muito mais do que um bom filme, querem experiências memoráveis e imersivas. Mike McGee, co-fundador e director criativo da Framestore, dá exemplos reais dos últimos projectos da empresa, mostrando como as marcas estão a conseguir impressionar as audiências.

Quando Mike McGee e outros quatro fundaram a Framestore em 1986, num escritório em Soho, Londres, seria impossível imaginar no que a empresa se tornaria. Os fundadores apostaram numa tecnologia ainda não testada, que costumava ser usada para desenhar e pintar vídeos, frame a frame. Dessas origens humildes, surgiu uma empresa global de efeitos visuais, que hoje emprega mais de 1200 pessoas em escritórios em Londres, Nova Iorque, Los Angeles e Montreal.

Embora o público já se tenha habituado à presença de efeitos especiais no cinema e na televisão, a indústria ainda tem o poder de surpreender. Em 2013, a Framestore – e o director Alfonso Cuarón – impressionou os cineastas com o filme “Gravity” ao apresentar efeitos visuais pioneiros. No currículo de Mike McGee incluem-se efeitos especiais de filmes como os “Guardiões da Galáxia”, “Paddington” ou a premiada mini-série de televisão “Walking With Dinosaurs”.

O universo dos efeitos visuais vive ritmos alucinantes. «Quando o produto é lançado não sabemos se estará obsoleto. Isto é o que se passa neste século». Em 30 anos muito mudou nesta indústria. E quem o sabe bem é Mike McGee. «Ganhou complexidade, ecrãs tácteis, interactividade, levou vida a peças de museu, fez da realidade virtual fundamental e até transportou crianças numa viagem de autocarro a Marte». Porque como defende Mike McGee: «não basta as marcas perceberem o que as pessoas querem ver e partilhar. Têm que saber que elas, agora, querem fazer parte das histórias.»

O trabalho da Framestore é essencialmente animar personagens. Alguns projectos com a sua assinatura, em parceria com algumas marcas:

Google – Museu de História Natural: A empresa tornou algumas peças do Museu de História Natural, em Londres, em objectos tridimensionais que se moviam;

HBO – A Guerra dos Tronos: Através de óculos de realidade virtual, podia-se entrar no cenário da grande batalha do último episódio da Guerra dos Tronos e vivenciá-lo. «As reacções eram incríveis», diz;

Galaxy – Chauffer: A publicidade tinha como protagonista a actriz já falecida Audrey Hepburn, através do uso de efeitos visuais;

Geico – Gecko: Um geco no ecrã assume as expressões e a performance de quem veste um fato especial;

Lockheed Martin – Fieldtrip to Mars: A viagem de autocarro transportava crianças pela superfície de Marte. A tecnologia estava incorporada nas janelas do autocarro.

Texto de TitiAna Amorim Barroso

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