Tranquilidade Generali: Sustentabilidade: na origem da estratégia

A sustentabilidade está na ordem do dia, mas muitos ainda a encaram com cepticismo.

Na realidade, o que a sustentabilidade encerra em si é o tema premente da sobrevivência da humanidade, quer na perspectiva biológica – temos ou não condições climáticas e recursos para sobreviver –, quer na perspectiva humanista – viver com dignidade, bem-estar, acesso à educação e à cultura.

E apesar de a generalidade das pessoas pensar que o conceito de sustentabilidade, tal como agora o entendemos, é recente, a sua origem remonta à Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que já tem mais de 50 anos. O que é mais recente é a premência da acção e a passagem da vertente eminentemente ambiental para a perspectiva mais holística relacionada com o humanismo.

Nesse sentido, a sustentabilidade não é um assunto das sociedades ricas, ao contrário do que muitos pensam, mas é sobre estas que recai maior responsabilidade de contribuir com recursos, tecnologia e outros meios, para que seja possível progredir para um mundo paradoxalmente mais equilibrado na utilização de recursos e que proporcione bem-estar.

Por tudo isto, na Tranquilidade Generali preferimos usar a expressão Futuro Responsável, para designar o que pretendemos proteger e construir para nós e para as gerações futuras.

A indústria seguradora é por definição uma indústria de matriz sustentável, cujo conceito tem origem numa ideia simultaneamente simples e complexa: gerir a incerteza em relação ao futuro, protegendo contra riscos e permitindo que as pessoas construam um futuro mais seguro com tranquilidade. Trata-se de criar valor partilhado pelos stakeholders.

Adicionalmente, existem obrigações de informação aos clientes e ao mercado, e desafios de reporting decorrentes da legislação e regulação europeia obrigatória a partir de 2024, que nos vinculam na vertente de garantir sustentabilidade.

A conformidade com regulamentos, taxonomia e CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) condiciona a forma como investimos, subscrevemos riscos, recolhemos informação dos clientes, sobretudo empresas, seleccionamos fornecedores, desenvolvemos produtos, optimizamos, digitizamos e garantimos a segurança de dados e processos.

Na Tranquilidade Generali a sustentabilidade é originadora de valor e impacto e está expressa na nossa visão, que assenta no princípio do Triple Bottom Line (Pessoas, Planeta e Prosperidade), permitindo que as pessoas moldem um futuro mais seguro e sustentável, cuidando das suas vidas e sonhos.

Os nossos pacotes 5T garantem uma protecção abrangente, adequada aos nossos clientes, através dos nossos seguros. A sustentabilidade é para nós o pacote 0T, ou seja, o elemento fundador, na base de todo o “edifício”.

E, de acordo com diversos estudos, os nossos stakeholders esperam de nós um sério compromisso com a sustentabilidade:

• Clientes: actualmente, os clientes consideram duas vezes mais escolher marcas sustentáveis e preferem sete vezes mais as marcas que percepcionam como sustentáveis.

• Fornecedores: as grandes e as médias empresas usam critérios ESG como filtro para escolher os seus fornecedores.

• Colaboradores: a maioria dos candidatos a emprego, especialmente os millennials e a geração Z, vê a sustentabilidade corporativa como uma prioridade máxima.

• Investidores: há um foco sem precedentes na sustentabilidade também por parte dos investidores e uma pressão crescente das ONG e dos meios de comunicação social para evitar o greenwashing. Neste contexto, existe um forte compromisso do Grupo Generali no sentido de apoiar a transição para transformar as nossas economias e criar uma sociedade mais sustentável e resiliente.

Todos estes factores têm um enorme impacto para as seguradoras, porque estamos no centro da sociedade – fazemos parte de inúmeros ecossistemas – Segurança Social, cadeias de fornecimento, saúde, tecnologia –, prevenimos, protegemos e transferimos recursos para assegurar a continuidade dos negócios. Ou seja, as seguradoras, em particular nestes aspectos, mas não exclusivamente, desempenham um papel decisivo porque somos:

• Guardiãs da transição para uma economia de neutralidade carbónica • Agentes de previdência na morte ou invalidez

• Garantes de protecção na velhice através das pensões

• Suportes na protecção em catástrofes

• Promotoras da prevenção e protecção na saúde

Para nós, Tranquilidade Generali, a sustentabilidade é transversal, inspiradora e um framework excepcional para ancorar o nosso pensamento estratégico. Temos na base da nossa actuação os seguintes elementos-chave:

Matriz de materialidade: mapeamento das tendências, ODS e materialidade dos riscos, que revemos a cada três anos e que determina públicos-alvo, produtos que queremos desenvolver e serviços. O foco são as alterações climáticas, pandemias ou eventos extremos, e envelhecimento e bem-estar.

Multi-stakeholders: compreensão de como a sustentabilidade impacta os clientes, colaboradores e fornecedores, conhecer as suas preferências, perceber o mercado e a sua maturidade.

Integração no negócio e nos processos: a transformação para a sustentabilidade é altamente transversal, acontecendo a nível dos modelos de negócio, produtos, processos e inovação tecnológica. Abrange o desenvolvimento de produtos; as decisões de subscrição de riscos; a gestão de sinistros, que envolve a selecção de fornecedores mais ambientalmente responsáveis e mais eficientes; a gestão do cliente, com foco na prevenção de acidentes e doenças (p.ex., alertas meteorológicos, planos de prevenção de saúde, promoção de estilos de vida saudável).

Enabler tecnológico: digitalização para a incorporação de menos recursos, maior rapidez e maior personalização.

Redução da utilização de recursos: por exemplo, a nível da neutralidade carbónica, as emissões têm de ser compensadas e comprar direitos não é solução a médio prazo, temos mesmo de reduzir as emissões. A aposta passa também pelo auto-consumo, com instalação de painéis fotovoltaicos nos edifícios, pela compra de energia verde, por uma política de frotas sustentável e o mesmo para a política de viagens.

Cultura e gestão da mudança: a gestão da mudança é dos maiores desafios e passa por promover uma consciência sustentável e responsável, promover a literacia, definir objectivos e manter a sustentabilidade na ordem do dia.

Um dos nossos objectivos centra-se na criação de valor sustentável a longo prazo, pelo que identificámos quatro papéis para um futuro responsável. Estes quatro papéis responsáveis guiam a nossa actuação.

Investidor responsável: incorporando os critérios ESG nas nossas escolhas de investimento, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa e atingindo a neutralidade carbónica dos investimentos até 2050, além de aumentar os novos investimentos verdes e sustentáveis.

Seguradora responsável: fornecendo soluções de seguros com componentes ESG. Dentro da estratégia “Lifetime Partner 24: Driving Growth” confirmamos o nosso compromisso de desenvolver soluções de seguros com componentes ESG, em alinhamento com a nossa estratégia. Neste sentido apostamos em produtos com componentes ambientais – como seguros para automóveis híbridos e eléctricos –, promoção de hábitos de vida saudável – como seguro de Bicicleta e Acidentes Pessoais – Actividades Desportivas –, e em várias soluções de prevenção quanto à ocorrência de riscos físicos (Tempestades, Inundações e Eventos Extremos, por exemplo) ou pessoais, com particular relevância em Saúde, onde temos soluções inovadoras, nomeadamente o Programa de Onco-risco com a Fundação Champalimaud.

Temos igualmente o objectivo de apoiar a transição sustentável das Pequenas e Médias Empresas, designadamente reconhecendo-as através do projecto SME EnterPRIZE, que inclui 10 países do grupo e que em Portugal já envolveu quase 1000 empresas, em dois anos. Esta iniciativa já permitiu mostrar o que o País tem de melhor e mais inovador, com a AlgaPlus a representar a economia do mar, em 2022, e a Miranda Bike Parts a representar o cluster português dos componentes para bicicletas, este ano.

Empregador responsável: promovendo a diversidade, equidade e inclusão, formas flexíveis de trabalho e o desenvolvimento dos colaboradores através de formação contínua, e promovendo a promoção de mulheres e a equidade salarial.

Cidadão corporativo responsável: intervindo com acções de proximidade na comunidade, por exemplo com acções de protecção ambiental, plantação de árvores, limpeza de praias, entre outras. E também através do movimento The Human Safety Net, uma rede de pessoas a apoiar pessoas, com um programa para famílias vulneráveis com crianças até seis anos, e um programa para refugiados.

Este programa está em Portugal desde 2022, tendo-se constituído como Associação em 2023, e é um movimento que gera um impacto social mensurável nas nossas comunidades, e que estamos a levar a cabo em parceria com as Aldeias SOS. Neste âmbito envolvemos os nossos colaboradores em actividades de voluntariado e angariação de fundos, num movimento totalmente transformador, também a nível de cultura organizacional. O voluntariado é uma parte vital do compromisso para com a comunidade. Os nossos colaboradores e agentes de seguros envolvem-se activamente através de equipas de proximidade em Portugal, e em todo o mundo. O objectivo é alcançarmos um milhão de beneficiários do programa em todo o mundo até 2027.

Em resumo, somos todos parte da mudança, temos de pensar sustentabilidade e de contribuir para um futuro responsável no âmbito das nossas responsabilidades.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Novembro (n.º 328) da Marketeer.

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