Portugueses vão mais vezes às compras e gastam mais

Em média, os portugueses registaram uma frequência de compra, em 2019, de 46,9 dias. Um aumento face ao ano transacto, sendo que também a variável preço médio aumentou 3,2%. Ainda assim, a sensação de poupança associada a esses actos de compra é positiva, uma vez que no último ano os portugueses conseguiram poupar 141 euros face aos 126 euros de poupança média registada no ano anterior. Os dados são do estudo realizado pela Kantar para a Centromarca, apresentado hoje na 8.ª edição do Marcas+Consumidores.

Segundo o mesmo, a «banalização das promoções permitiu que os portugueses conseguissem comprar produtos com desconto, em 68,7% das idas às compras, sem que o desconto médio tenha aumentado. Pelo contrário, em 2019, o desconto médio das promoções recuou 1,4 pontos percentuais». O que aumentou foram as ocasiões de compra em promoção, na maioria das categorias de produtos. E o que o estudo permite perceber, também é que as Marcas de Distribuição são as que mais beneficiam deste movimento, continuando a crescer nos territórios naturais das Marcas de Fabricantes. «É notório o esforço das diferentes cadeias de distribuição de dar maior visibilidade e importância às suas marcas. E isso observa-se com o reforço da comunicação e com a multiplicação de promoções desses mesmos produtos», considera Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca.

Outra tendência registada foi o aumento do consumo in home com consequente decréscimo do out of home, sendo que em 2019 se registou a menor quota dos últimos três verões em resultado de dois factores: um Verão mais fresco e um incentivo crescente ao consumo dentro de casa. A análise da Kantar para a Centromarca indica ainda que 77% do consumo fora de casa acontece em espaços de consumo Horeca organizado e 11% em espaços da distribuição moderna.

O documento sugere cinco vias de crescimento para as Marcas de Fabricantes: inovação; promoção; novos targets; pontos de venda; e out of home. Isto porque, se por um lado, 56% das marcas Top 50 de grande consumo cresceu em valor, em 2018, por outro lado, 88% das marcas que combinam uma maior penetração e uma maior frequência crescem em valor. O sucesso depende dos Consumer Reach Points (frequência x consumo) que favorecem um crescimento cinco vezes mais rápido do que o do sector. Em cada 10 marcas, sete têm como principal driver a penetração no mercado. «A inovação e a interacção emocional com o consumidor são fundamentais nas estratégias de crescimento das principais marcas do grande consumo. Um terceiro vector-chave refere-se à penetração, à conquista de presença e espaço nos principais retalhistas. Contudo, a concentração do mercado e a atenção crescente dada pelos distribuidores às suas marcas funcionam como dois factores de limitação a esse crescimento», acrescenta Pedro Pimentel.

Ou seja, os eixos de crescimento das marcas devem centrar-se na inovação, no envolvimento e na conquista de espaço na distribuição.

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