O que acontecerá à app Houseparty pós-pandemia?

A Houseparty ganhou popularidade ao longo das últimas semanas, mas será capaz de manter a atenção e interesse dos utilizadores quando a pandemia tiver chegado ao fim? Para quem ainda não se cruzou com esta aplicação, a descrição é simples: trata-se de uma plataforma que junta videochat e jogos online para que os utilizadores tenham a sensação de que estão todos juntos numa festa, mesmo que cada um esteja em isolamento na sua própria casa.

Tal como explica o The Drum, enquanto a plataforma Zoom foi ganhando adeptos no período das 9h às 17h, ou seja, durante o horário de teletrabalho; a Houseparty tem conquistado a happy hour, ou seja, os momentos de lazer e interacção social. Até oito pessoas podem estar na mesma “festa” em simultâneo, sendo que existe a possibilidade de aparecer alguém que não foi convidado mas que estava no “bairro”. É, aliás, esta espontaneidade que parece agradar particularmente aos utilizadores.

Há menos de duas semanas, a Houseparty ocupava o 304.º lugar na lista das aplicações mais descarregadas, de acordo com dados da plataforma AppAnnie. No entanto, na semana passada, registaram-se dois milhões de novos dowloads em todo o mundo, coincidindo com o encerramento de fronteiras e recomendações de quarentena. Neste momento, é a sétima aplicação gratuita mais popular na loja de apps da Apple.

É possível que o número de downloads e utilizadores mensais continue a aumentar, mas a Houseparty terá de se preparar também para a descida depois do pico, que acontecerá inevitavelmente quando as pessoas puderem voltar às ruas e organizar festas no mundo real. Segundo o The Drum, os responsáveis pela aplicação não comentam o tema, escusando-se a adiantar quaisquer detalhes sobre a próxima fase da Houseparty.

Será que começará a cobrar pelos jogos? Para já, parece que não. No início deste mês, a Houseparty anunciou que os jogos que disponibiliza continuarão a ser gratuitos nos próximos tempos. É, no entanto, nestas actividades que reside a maior fonte de receita da aplicação, segundo adianta o Financial Times. No caso de Heads Up, por exemplo, trata-se de um jogo nascido no programa de Ellen DeGeneres e que a apresentadora paga para ter na Houseparty.

A estratégia poderá continuar por aí, ficando de fora a possibilidade de exibir anúncios. Phillip Huynh, head of content na DentsuX, sugere uma expansão assente em integrações com outros parceiros. E se fosse possível sincronizar música com a conta do Spotify? Ou criar uma “festa Netflix”? No mesmo sentido, as marcas poderão personalizar jogos que serão sempre disponibilizados gratuitamente aos utilizadores.

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