novobanco: Promover o desenvolvimento da literacia financeira, digital e de sustentabilidade

Para atingir os seus objectivos na área de ESG, o novobanco rege-se por princípios de sustentabilidade, através não só de uma estratégia de monitorização contínua do seu impacto na comunidade, mas também de formação e sensibilização dos colaboradores, parceiros e clientes do banco. Em entrevista à Marketeer, Inês Soares, responsável do Gabinete ESG do novobanco, explica a estratégia da instituição para estas áreas.

Qual a estratégia do novobanco em relação à sustentabilidade e à responsabilidade social corporativa?

A responsabilidade social é um dos princípios que norteia a forma como conduzimos e gerimos o nosso negócio, e isso reflecte-se na forma como trabalhamos com todos os nossos stakeholders. Desde logo os nossos clientes e colaboradores, com quem queremos assegurar uma troca justa de valor, mas também com os nossos fornecedores, parceiros e com as comunidades que servimos, onde queremos maximizar o nosso impacto positivo e ser um exemplo de gestão responsável.

Assim, a responsabilidade social no novobanco vai muito para além da integração de preocupações ambientais ou sociais nas nossas operações e nos nossos produtos, assumindo um papel crucial enquanto princípio orientador da execução da nossa estratégia de negócio.

Estruturamos a nossa estratégia de sustentabilidade em três pilares de actuação: Negócio Sustentável, Bem-Estar Social e Financeiro e Banca Responsável.

No pilar Negócio Sustentável estamos focados em criar valor para todos os stakeholders, minimizando o nosso impacto ambiental negativo, directo e indirecto, promovendo uma economia mais sustentável e de baixo carbono, apoiando os nossos clientes nas suas jornadas de transição para um negócio mais sustentável e com menos emissões de CO2, através de soluções de financiamento sustentável, investindo em inovação e na digitalização e incorporando os riscos e oportunidades ESG no negócio e na oferta de produtos e serviços.

No pilar Bem-Estar Social e Financeiro, priorizamos a incorporação de critérios sociais na forma como gerimos o nosso negócio, promovendo o bem-estar dos nossos colaboradores e contribuindo para o bem-estar financeiro das comunidades que servimos.

Finalmente, no pilar Banca Responsável, definimos como prioridades a prossecução do negócio com transparência e ética, assegurando a segurança dos dados dos nossos clientes e o combate à corrupção e branqueamento de capitais, e, igualmente, a promoção, a equidade, inclusão e igualdade de oportunidades e de género, posicionando ainda a sustentabilidade na nossa cadeia de valor através da incorporação de critérios ESG na selecção dos nossos fornecedores.

Quais as acções e iniciativas conduzidas pelo novobanco em prol da comunidade?

Actuamos em diversas vertentes com impacto positivo nas comunidades que servimos. Apoiamos iniciativas e projectos que contribuem para combater, nestas comunidades, a pobreza e as carências socioeconómicas, afectivas e culturais, e assim reduzir as desigualdades. Disso são exemplo, entre outras, as parcerias que temos com os Bancos Alimentares ou o Banco de Bens Doados, a AMI ou o Movimento de Expressão Fotográfica (MEF).

Apoiamos também projectos e organizações que actuam no apoio social em áreas como a diversidade, equidade e inclusão (DEI), o combate à exclusão social ou o acesso à saúde. As parcerias com a Associação Salvador, a Associação Acreditar ou a SEMEAR são alguns dos exemplos da nossa actuação nesta área.

Outro dos grandes vectores de actuação do novobanco com impacto positivo na comunidade é o apoio e desenvolvimento de iniciativas de literacia financeira, digital e de sustentabilidade, contribuindo para uma geração de consumidores informados e com maior poder de análise e de decisão, e para a capacitação do tecido empresarial português. Alguns exemplos destas iniciativas são o apoio ao programa VOICE Leadership, em parceria com a Nova SBE, que procurará contribuir para um aumento significativo da competitividade da economia portuguesa, através da capacitação das equipas de gestão das PME nacionais, ou o projecto Leaders Gang da Mentes Empreendedoras, que promove a capacitação, o desenvolvimento da cidadania e capacidade de liderança de jovens em contextos socioeconómicos mais desfavorecidos. A estes juntam-se diversos programas de literacia ESG para PME, em parceria com parceiros de conhecimento como a PwC, no ciclo de conferências ESG Talks, ou com Associações Empresariais como a CCIP, no Programa de Sustentabilidade para PME. E ainda programas de literacia financeira e digital, em parceria com a APB, quer para o público mais jovem, quer para o mais sénior.

De que forma trabalham para promover a inclusão financeira das comunidades mais desfavorecidas e o acesso aos serviços bancários?

Conscientes da importância do acesso de todos a serviços bancários que permitam fazer face às necessidades do dia-a-dia e que se adaptem à realidade e necessidades de cada cliente, disponibilizamos diversos produtos com foco na inclusão social e financeira. Desde a conta de serviços mínimos bancários, que dá acesso não só a uma conta como também a um cartão de débito e um cartão de crédito por menos de 0,40 euros por mês, até soluções de poupança que promovem comportamentos de aforro nos clientes de acordo com o seu orçamento familiar, através do depósito de pequenos e regulares valores, arredondamento de contas, entre outros; e ainda soluções de Microcrédito, ou seja, soluções de financiamento que potenciam a inclusão social e a criação de auto-emprego em estreita colaboração com as entidades que, no terreno, promovem o empreendedorismo, a formação específica e a reorientação profissional, o acesso aos mercados e o apoio social.

Sentem que os clientes exigem cada vez mais, da parte da vossa marca, um envolvimento na comunidade e uma redução do impacte ambiental?

Sem dúvida! Na definição da estratégia de sustentabilidade e da nossa arquitectura de responsabilidade social empresarial ouvimos os nossos clientes, entre outros stakeholders, para poder integrar as suas expectativas e preocupações no desenvolvimento da nossa actuação neste âmbito.

Com esta abordagem promovemos a transparência perante os clientes e reforçamos a sua confiança, contribuindo consequentemente não só para o sucesso da nossa actividade a longo prazo, mas também para a reputação da marca.

Promovem o envolvimento dos colaboradores do novobanco em acções e iniciativas de sustentabilidade e responsabilidade social?

Sim! Lançámos em 2022 o Programa de Voluntariado do novobanco, fomentando o envolvimento dos colaboradores em acções de apoio à comunidade que contribuam para dar resposta a questões socioeconómicas e ambientais, através da dispensa dada a todos os colaboradores de um dia por ano para participar nestas acções.

Adicionalmente, e em geral pela altura do Natal, lançamos também uma campanha interna de apoio financeiro a uma iniciativa ou organização de solidariedade social em que fomentamos a participação dos colaboradores, a qual o novobanco, enquanto organização, também acompanha com a duplicação do montante angariado pelos colaboradores.

De que forma o novobanco está a trabalhar para reduzir a pegada carbónica das suas operações?

Definimos compromissos de redução dos nossos consumos e da nossa pegada carbónica directa, através, por exemplo, da digitalização das nossas operações, da electrificação da nossa frota de viaturas, ou do consumo de electricidade exclusivamente proveniente de fontes renováveis.

Mas definimos também compromissos de financiamento de actividades sustentáveis do ponto de vista ambiental e climático, através do apoio à jornada de transição dos nossos clientes com soluções de crédito, soluções de investimento e parcerias com empresas especializadas que podem apoiar os nossos clientes na definição das suas estratégias e implementação dos seus planos de transição.

Quais as metas definidas para os próximos anos?

No final de 2021 definimos 15 metas de impacto positivo, distribuídas pelos nossos três pilares estratégicos, a cumprir até 2024. Destacaria como exemplo o objectivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa das nossas operações próprias em 28% até 2024, o objectivo de 600 milhões de euros de investimento verde e a realização de mais de 39 mil horas de formação ESG aos nossos colaboradores.

Como tem vindo a trabalhar para aumentar a eficiência energética das suas instalações e agências bancárias?

O novobanco fez recentemente a renovação da totalidade da sua rede de balcões, implementando um novo modelo de distribuição que, colocando o cliente no centro, oferece uma experiência optimizada e flexível, podendo o cliente, a cada momento, recorrer ao canal de contacto da sua preferência sem impacto na sua jornada e serviço prestado.

Nesta renovação da rede de balcões, bem como na construção do novo campus onde estarão sediados os serviços centrais do grupo novobanco, os princípios de sustentabilidade foram tidos em consideração, optando por soluções de iluminação e climatização que maximizam a eficiência energética, optando por materiais reciclados ou com menor impacto ambiental e também por fornecedores locais sempre que possível. No nosso novo campus teremos capacidade de autoprodução de energia através da instalação de painéis fotovoltaicos e queremos obter certificação, quer do ponto de vista de performance ambiental (certificação Leed), quer no que respeita à promoção do bem-estar físico e mental dos colaboradores (certificação Well).

A sustentabilidade dos negócios é hoje um critério importante no que diz respeito ao financiamento de empresas? Como é abordado o tema do financiamento a empresas ou sectores menos sustentáveis?

Um dos princípios basilares dos objectivos de desenvolvimento sustentável é o de assegurar uma transição justa para uma economia hipocarbónica. É também assim que contemplamos o nosso papel enquanto principal financiador da economia e promotor dos investimentos para a transição do tecido empresarial português. Assim, encaramos o financiamento a empresas em sectores com maiores desafios de transição, não como potenciais limitações à concessão de crédito, mas como uma oportunidade de apoiar estas empresas a fazer a transição necessária e a transformar os seus modelos de negócio para modelos mais sustentáveis. Isso implica estar próximo dos clientes, conhecer os seus desafios e os seus planos de negócio, mas também sensibilizar e partilhar conhecimento no que respeita à sustentabilidade e ao ESG e apoiá-los na revisão da sua estratégia.

De que forma o novobanco divulga ao público as suas medidas e iniciativas em prol de um planeta mais sustentável?

Desde 2022 temos vindo a realizar eventos de literacia ESG para empresas, com especial foco nas PME, e que pretendem fomentar a discussão e a partilha de conhecimento e melhores práticas no mercado. Exemplo disso são o nosso ciclo de conferências ESG Talks, que já conta com duas edições anuais ou o Programa Sustentabilidade para PME, em parceria com a CCIP, que entrará também já no seu 2.º ano de existência.

Junto dos nossos clientes empresa, temos também uma actuação muito próxima, dando a conhecer as soluções disponíveis de financiamento e as parcerias que temos para apoiar a sua jornada de transição.

Quais os objectivos, neste âmbito, para 2024?

Em 2024, o novobanco continuará a acelerar o seu apoio à economia portuguesa e à transição energética das nossas empresas, através de um aumento do financiamento verde e de transição que prevemos conceder.

Em paralelo, continuamos a acreditar que é ainda muito necessário investir na capacitação das PME nacionais para os temas da sustentabilidade, pelo que planeamos manter uma agenda bastante activa de iniciativas de literacia ESG para empresas.

Ao nível das nossas parcerias com outras entidades, iremos apoiar o já referido programa VOICE Leadership, da Nova SBE – que visa promover a inovação e a adopção de melhores práticas de gestão nas PME nacionais, nomeadamente no que diz respeito à sustentabilidade.

Com a Nova SBE lançámos também recentemente uma Cátedra em Sustentabilidade, que irá promover a investigação neste tema, algo que continuamos a considerar crítico para melhorar as práticas de gestão nacional.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 329) da Marketeer.

Artigos relacionados