JN, DN, O Jogo, Dinheiro Vivo e TSF em paralisação de 24 horas

Os colaboradores do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, O Jogo e Dinheiro Vivo estão esta quarta-feira em greve, em protesto contra a intenção do Global Media Group de despedir cerca de 150 profissionais, assim como pela defesa do jornalismo.

A TSF aderiu igualmente à greve e o DN salienta ainda que por esta mesma razão, a edição em papel do jornal não estará presente em banca na quinta-feira (11 de Janeiro), regressando na sexta-feira.

A paralisação acontece no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias. A 6 de Dezembro de 2023, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com carácter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar «a mais do que previsível falência do grupo».

No último mês do ano que passou, os trabalhadores não receberam o salário nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, algo que viola a lei.

O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de Janeiro, sendo que “todos os jornalistas, independentemente do órgão de comunicação social para o qual prestem serviço” estão também abrangidos pela greve de hoje, entre as 14h e as 15h, “para que possam expressar a sua solidariedade” para com os trabalhadores do GMG e também “alertar o poder político e a sociedade civil para a situação do sector”.

De acordo com a Lusa, o presidente da Global Media disse esta terça-feira que teve uma reunião na segunda-feira com o fundo que gere agora o grupo e que teve «promessa» de uma transferência «até ao início da semana que vem» para pagar os salários em atraso, mas adiantou também, no âmbito da comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que se o grupo não conseguir atingir o número que pretende de rescisões, possivelmente será obrigado a efectuar um despedimento colectivo.

José Paulo Fafe salienta que o GMG conta com 530 trabalhadores e «ou emagrece ou infelizmente» teme pelo seu futuro. Ou passa para «330, 350 ou não é viável».

Na passada quinta-feira foram pagos o subsídio de refeição referente ao mês passado e os salários aos trabalhadores nos Açores.

O grupo que investiu 7 milhões

O presidente executivo da Global Media, José Paulo Fafe, revelou, avança a Lusa, que o fundo WOF – World Opportunity Fund (gerida pela Union Capital Group – UCAP, de acordo com o Público) investiu sete milhões de euros na compra de 51% nas Páginas Civilizadas, proprietária directa da Global Media.

A WOF ficou assim com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media, em Novembro de 2023.

Segundo uma investigação do Público, a Union Capital Group, sediada em Genebra e especializada em mercados de capitais, foi dissolvida na Suíça em 2022, sendo que os seus fundadores estão referenciados nos Paradise Papers e Bahama Leaks.

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