Fidelidade: Qualidade de vida. Um dos grandes desafios da longevidade

Por Sérgio Carvalho, director de Marketing da Fidelidade

A expectativa de vida aumentou a um ritmo estonteante no último século: quatro anos por década. Nós, portugueses, vivemos hoje, em média, quase 81 anos. Somos um dos países com maior esperança de vida do mundo e as projecções apontam para que esta aumente dez anos até 2080. Contudo, o aumento da longevidade, a par de uma natalidade decrescente, implicará muitos desafios, suscitando a maior de todas as questões: como viver mais anos e com qualidade de vida?

Apesar de todos os avanços na medicina e do progresso científico-tecnológico que em muito contribuem para o prolongar da vida, à medida que a idade avançar, as doenças tenderão a aumentar e serão cada vez mais personalizadas, criando elevadas exigências económicas para os sistemas de saúde e inerentes desafios para a actividade seguradora.

É assim essencial pensar a longevidade e preparar o futuro para que este possa ser vivido com qualidade, o que implica actuar no imediato para promover, desde logo, a prevenção e adopção de hábitos de vida saudável e, paralelamente, começar a privilegiar o risco e não o consumo imediato, no que respeita aos seguros de saúde, para que no futuro seja possível continuar a proteger de forma sustentável.


PENSAR A SAÚDE É PENSAR MAIOR

Desde 2010 que “Pensar Maior” dá o mote ao evento bienal da Fidelidade. Um encontro que pretende, sobretudo, criar um momento de reflexão interna e durante o qual é partilhada a visão estratégica do grupo para os próximos anos.

Como elemento inovador, este ano estamos a realizar diversos encontros temáticos nos quais vão ser debatidas áreas como as Empresas, a Saúde, Vida & Poupança, Distribuição e Família, temas cada vez mais pertinentes para os clientes e para a sociedade. No dia 10 de Março realizámos o “Pensar Maior as Empresas” e no dia 7 de Abril o “Pensar Maior a Saúde”.

Este é o tempo de antever os novos desafios que teremos de enfrentar no futuro e que nos exigirão novas soluções e paradigmas de actuação para continuar a garantir a longevidade com qualidade de vida e a sustentabilidade do todo.


RASTREIO E CUIDADOS PRIMÁRIOS

A aposta na prevenção e nos cuidados de saúde primários são essenciais para garantir no futuro uma vida com qualidade, permitindo muitas vezes a detecção precoce de doenças mais graves e tornando possível o seu tratamento. Para isto é essencial tornar a medicina acessível a todos, razão pela qual a Multicare foi pioneira, em 2016, no lançamento da cobertura de Medicina Online que disponibiliza, sem custos adicionais, acesso a consultas de Medicina Geral e Familiar, Consultas de Especialidade e um Médico Assistente Online, além de vários programas que visam incentivar e promover a adopção de hábitos de vida saudáveis.

O investimento tem sido contínuo para melhorar a proposta de valor desta cobertura, disponível em todos os seguros de saúde Multicare e que permite, de forma fácil, chegar a todos os clientes, em qualquer ponto do País, sendo um valor acrescentado em termos de cuidados médicos primários.

Tão ou mais importante é a cobertura de Medicina Preventiva que disponibiliza check-ups, também sem custos adicionais, aos clientes Multicare, reforçando a importância da prevenção e da detecção precoce de doenças para uma maior longevidade com qualidade. Neste sentido, os check-ups estão a ser revistos de forma a torná-los mais relevantes do ponto de vista clínico e mais acessíveis, sendo possível, no futuro, os clientes optarem por fazer as suas consultas de check-up via medicina online.


ADOPÇÃO DE UMA VIDA SAUDÁVEL

A necessidade de adopção de uma vida saudável é obviamente essencial quando se pensa na maior longevidade. Ajudar a percepcionar esta realidade e, sobretudo, fazer com que as pessoas, de forma fácil, adoptem na sua vida rotinas que privilegiem o maior exercício físico e uma alimentação equilibrada são factores determinantes.

O Programa Multicare Vitality, programa de saúde e bem-estar que recompensa os utilizadores pela prática de exercício físico e adopção de hábitos de vida saudáveis, representa assim a possibilidade acrescida de contribuirmos para uma maior qualidade de vida futura. Uma população saudável torna-se mais produtiva; uma população saudável aporta menos encargos de saúde, permitindo uma redução nos encargos deste sector; por último, mas não menos relevante, uma população saudável que pratique regularmente uma actividade física estará menos permeável também a doenças de foro mental.


NÃO HÁ SAÚDE SEM SAÚDE MENTAL

Portugal é de facto o 5.º país da União Europeia com maior prevalência de doença mental (20%). Um em cada cinco portugueses considera que a sua saúde mental piorou com a pandemia de Covid-19 e, além disso, em Portugal, somente 10% das empresas tem medidas implementadas no sentido de lidar com os riscos psicossociais.

Por isso mesmo, a Multicare lançou, em Novembro do último ano, a primeira cobertura abrangente de saúde mental no território nacional.

Com esta novidade, internamento psiquiátrico, consultas de psiquiatria e psicologia e, ainda, sessões de psicoterapia passaram a estar garantidos nos seguros standard em comercialização, com capital para Consultas, Exames e Tratamento (Ambulatório). Estas condições dizem respeito tanto a novos seguros contratados, como a contratos já em vigor com os clientes da Multicare.

Adicionalmente, a seguradora reforçou também a protecção neste campo da saúde mental em todos os seguros standard em comercialização actualmente, no País, através do Programa Multicare Vitality.

Desta forma, a Multicare complementa o incentivo e a recompensa de estilos de vida mais saudáveis através de questionários de autoconhecimento no âmbito da Saúde Mental, da Cobertura de Medicina Online, lança também novos serviços de saúde mental que complementam a consulta de Psicologia – como a consulta de parentalidade, o programa dormir melhor e o programa de gestão de stress e ansiedade – e alarga, ainda, o leque de parceiros da Rede de Cuidado e Bem-Estar, com o objectivo de incluir cada vez mais áreas e modalidades como a meditação e o mindfulness, a par de yoga, sono e coaching, entre outros.


CUIDADOS COMPLEXOS

Se a aposta na prevenção e na adopção de hábitos de vida saudáveis parece uma resposta óbvia quando se quer contribuir para um envelhecimento activo, a resposta para as necessidades acrescidas com as quais vamos ser confrontados, no que respeita a doenças graves que tendem a acentuar-se com a idade e a patologias cada vez mais personalizadas que requerem meios de diagnóstico avançados, tratamentos complexos e fármacos adaptados, é também ela mais complexa e requer uma alteração de paradigma de actuação e uma acção concertada de vários players, a nível do sistema público, mas também em relação a prestadores privados, seguradoras e até empresários, uma vez que o seguro de saúde é dos fringe benefits mais valorizados.

A prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Fonseca, keynote speaker do “Pensar Maior a Saúde”, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, presidente do Instituto de Medicina Molecular e investigadora na área do combate ao envelhecimento, lembrou que a Organização Mundial de Saúde classifica o envelhecimento como doença desde 2018: «O envelhecimento está claramente associado ao risco de doença, sendo a causa directa de várias doenças, por exemplo neurodegenerativas, cujas estratégias terapêuticas têm falhado.»

A este propósito, o prof. Dr. Joaquim Ferreira, professor de Neurologia e Farmacologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e orador do evento, sublinhou a falta de opções terapêuticas para o combate às doenças neurodegenerativas, dizendo que por agora há que «tratar o que é tratável », o que requer «um novo modelo de cuidados, executado por equipas multidisciplinares» e actuar onde é possível.

Se na área oncológica os progressos são mais optimistas, como referido na sua intervenção pelo Dr. Paulo Cortes, coordenador de Oncologia no Hospital Lusíadas de Lisboa, durante a qual destacou a «enorme evolução do tratamento oncológico », parece inegável que os desafios futuros a nível de sustentabilidade serão grandes se quisermos providenciar cuidados e assistência adequados a estas patologias. A esse propósito, a eng.ª Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, e o Dr. Rui Diniz, CEO da CUF, referiram a enorme pressão dos custos relacionados com a longevidade, com as terapêuticas e com as matérias-primas e apelaram a uma acção concertada entre prestadores, financiadores e reguladores, destacando a importância da prevenção.

A resposta para uma longevidade com qualidade passará por uma mudança de mentalidade. Como referiu o prof. Nuno Marques, cardiologista que preside ao Observatório Nacional do Envelhecimento, temos de «mudar a conotação negativa que atinge a pessoa mais velha, no sentido de ser alguém com uma grande carga de doenças e que é um encargo para a sociedade».

Agir concertadamente para uma maior sustentabilidade de todo o sistema de saúde é a grande prioridade e isso passará, como referido pela Dr.ª Maria João Sales Luís, CEO da Multicare, por continuar a investir na prevenção; investir na genética, medicina de precisão e tratamentos preventivos; investir nos cuidados remotos (autocuidado, monitorização da doença, domiciliação dos cuidados); desenvolver com os prestadores modelos de pagamento baseados em valor; privilegiar a protecção robusta, ou seja, valorizar capitais de internamento e tratamento nos seguros e não o consumo imediato e contribuir e assegurar a mutualização e a solidariedade intergeracional.


PENSAR O FUTURO

A longevidade obriga-nos a pensar para preparar o futuro e esta tem de ser uma missão de todos nós. A consciência colectiva para estas temáticas é essencial e, por isso mesmo, quisemos dar uma dimensão pública aos nossos eventos “Pensar Maior” e criámos a iniciativa “Pensar o Futuro”.

Até Setembro, esta iniciativa promoverá o conhecimento e o pensamento sobre temas de grande actualidade nas áreas de empresas, saúde, vida e poupança, distribuição e família, com divulgação assegurada no site.


E
ste artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Maio (n.º 310) da Marketeer.

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