Associação Nacional dos Ópticos: Filtros 100% UV. De olhos postos no Verão

Existe uma relação directa entre a radiação solar – visível, ultravioleta e infravermelha – e diversos problemas visuais e oculares, como cataratas, queratite ou conjuntivite. Embora a maior parte da radiação solar seja efectivamente filtrada pelos olhos, a exposição prolongada aos raios ultravioleta nocivos, ou a uma quantidade elevada num curto período de tempo, como um dia inteiro na praia sem óculos de sol, pode levar a sérios problemas oculares.

Tal exposição excessiva pode provocar lesões em diversas estruturas do olho, como na córnea, no cristalino, nas pálpebras ou até na retina. Além disso, com o passar dos anos, a exposição solar recorrente pode aumentar o risco de desenvolver cataratas precocemente, pois, apesar de ser um processo natural do envelhecimento do olho, a catarata pode ser agravada pela existência de outros factores de risco, como, por exemplo, a exposição excessiva à radiação solar.

Praia, piscina, exposição prolongada ao sol, ar condicionado, exposição a aglomerados de pessoas e poeiras facilitam ainda o contágio e a propagação da conjuntivite. Olhos vermelhos e lacrimejantes, com alta sensibilidade à luz, pálpebras inchadas, secreção, coceira e sensação de areia nos olhos são alguns dos sintomas desta inflamação.

Além da exposição ao sol, o contacto com a água do mar e o cloro das piscinas também aumenta o risco de infecções oculares. O cloro é uma substância irritante que altera a superfície ocular. Deverá, tanto quanto possível, evitar o contacto directo dos olhos com a água das piscinas, usando óculos de natação, especialmente se usa lentes de contacto. Se não é fã de praia e piscina e prefere o campo, também há um lado negativo para os seus olhos. O tempo seco em ambientes distantes do mar provoca uma maior evaporação da lágrima natural do olho, aumentando a secura ocular. Caso sinta desconforto ocular deve marcar uma consulta com um especialista da visão.


LENTES 100% UV

Os óculos de sol são fundamentais para a protecção visual durante todo o ano, mas, no Verão, ganham ainda mais importância pelo aumento da radiação e da exposição ao sol. Para que possam ocorrer lesões oculares o tempo de exposição ao sol sem protecção em praias ou piscinas é de três a quatro horas, principalmente ao meio-dia. E o mesmo acontece se não usar bons filtros solares, ou seja, óculos não certificados.

As lentes dos óculos de sol sem certificação – como os que se vendem fora das Ópticas – provocam dilatação pupilar, chegando assim mais radiação UV prejudicial aos olhos. É preferível não usar qualquer tipo de óculos de sol do que um pseudofiltro solar ou lentes sem qualidade óptica, que podem provocar defeitos refractivos irreversíveis na visão.

Deverá adquirir os seus óculos em estabelecimentos de Óptica, pois, além de garantirem a qualidade do produto e a total protecção contra a radiação solar nociva, terá aconselhamento e assistência técnica garantidos por profissionais habilitados. Ao comprar os seus óculos de sol em estabelecimentos de Óptica garante que são adaptados às suas necessidades, tendo em conta as actividades diárias, profissionais ou de lazer.


REGRAS PARA A COMPRA DE ÓCULOS DE SOL

As lentes dos óculos de sol deverão proteger totalmente os olhos da radiação ultravioleta. Para tal, é importante saber qual a categoria da cor da lente dos seus óculos.

  • Categoria 0: são lentes sem cor ou com tons muito leves que transmitem mais de 80% da luz.
  • Categoria 1: são lentes ligeiramente coloridas, para uma luminosidade solar atenuada ou baixa. Destinam-se à realização de actividades que não necessitam de uma exposição muito directa ao sol. Transmitem entre 43% e 80% da luz.
  • Categoria 2: adequadas a uma luminosidade solar média. São lentes moderadamente matizadas, que possuem uma transmissão entre 18% e 43% da luz. Adequadas à prática desportiva em situações de nevoeiro.
  • Categoria 3: são lentes escuras para condições de forte luminosidade. Indicadas para o Verão, em especial para a praia, montanha e para a condução em dias de muita luminosidade. Possuem uma transmissão da luz visível entre 8% e 18%.
  • Categoria 4: são lentes muito escuras adequadas para condições de extrema luminosidade, como desportos de montanha, neve ou aquáticos. Os filtros possuem uma transmissão da luz visível entre 3% e 8%. Não podem ser usadas para conduzir.

Além disso, deverá ter em conta a cor da lente de acordo com o tipo de actividade que irá realizar. Por exemplo, a cor cinzenta nas lentes transmite a luz mais uniformemente, respeitando melhor as cores naturais e ajuda a reduzir o brilho. É uma escolha segura para a condução por causa da alta redução de luz. Para a prática de desportos náuticos a cor de lentes mais indicada é o verde, pois altera menos a percepção das cores.


E AS LENTES ESPELHADAS?

Provavelmente já deu conta, tanto na rua, como nas páginas das revistas de moda, que as lentes espelhadas conquistaram muitos adeptos. Mas atenção: estas lentes, por serem, no fundo, um espelho, quanto mais expostas à luz solar e quanto mais espelhadas forem, mais perdas por reflexão têm. Ou seja, quanto mais escuras, maior é a absorção dos raios ultravioleta. São sobretudo recomendadas para actividades ao ar livre.

Comprar óculos fora do canal da Óptica não assegura a qualidade das lentes nem da armação. Lentes de baixa qualidade podem permitir a entrada de radiação solar. Lentes não certificadas podem deformar as imagens e causar aberrações ópticas, provocando dores de cabeça e desconforto visual. Por outro lado, é importante usar armações que cubram as laterais do olho, para não deixar passar a radiação. O conforto da armação e materiais hipoalergénicos são também factores a ter em conta.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Ópticas”, publicado na edição de Junho (n.º 311) da Marketeer.

Artigos relacionados