A resposta está na Humanização

Por Lídia Amorim, Chief Marketing Officer da Chaviarte

Antes de tudo, gostaria de lembrar, que o Marketing é feito para humanos e não para máquinas de leitura de conteúdos.

Esta talvez seja a frase que qualquer marketeer, como eu, deva interiorizar antes da criação de um plano ou implementação de uma estratégia.

Se no Marketing 1.0 de Philip Kotler, o foco era a produção e o portfólio e se na era do 3.0 o protagonismo dado à transformação digital com o surgimento das redes sociais e o conteúdo programado com base no algoritmo, depois de uma pandemia, uma guerra e um novo desafio económico nos bens essenciais, não podemos mais querer transformar e tratar o público-alvo como algoritmos e números. Kotler já vai no 5.0, mas é o marketeer que deve traçar as linhas do 6.0.

O maior desafio das organizações, é humanizar a sua comunicação para o interior – Endomarketing – bem como para o exterior, caso contrário qualquer excelente e bonita campanha de Marketing morre na corrida pelo resultado, porque o receptor, seja cliente ou colaborador, vai interpretar qualquer acção como uma tentativa de fraude.

Lembram-se da famosa campanha da Pepsi que levou um norte-americano a achar que podia ganhar um Caça Harrier no valor de 33 milhões de dólares?

A longínqua campanha que ainda hoje é série documental é um excelente exemplo de como uma campanha de Marketing pode ser um fracasso ou abrir um buraco de milhões, porque faltou transparência na comunicação.

O acesso que o consumidor tem hoje à informação, a sensibilidade para o uso dos seus dados, o alerta que lhe é despoletado constantemente para estar atento a todos os pormenores… são detalhes que não podem deixar de ser tidos em conta.

Por isso, o segredo está na humanização quer de campanhas, quer de conteúdos disponibilizados.

Mas como fazê-lo? Deixo 3 dicas:

  1. Estar atento às principais dúvidas colocadas pelo consumidor e respondê-las em conteúdo de qualidade, ao invés de ter apenas preocupação em criar coisas bonitas ao mesmo tempo que temos de estar atentos aos colaboradores e suas queixas;
  2. Quando escolher um representante, um influencer, um embaixador… para a sua campanha ou marca, não se esqueça de seleccionar essa pessoa por ter características do seu público-alvo e não apenas pelos números que apresenta. Porque não colocar um colaborador como embaixador da sua marca?
  3. Certifique-se que o anúncio é claro e transparente, sem demasiadas letras pequeninas. Hoje, o consumidor pensa logo “em que parte é que estou a ser enganado?”.

E então… vai humanizar ou apenas criar?

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