Tapiscos de comer e chorar por mais
O Tapisco, espaço dedicado aos petiscos e tapas de influência ibérica de Henrique Sá Pessoa, está a comemorar um ano de casa quase sempre cheia. Razão pela qual, 12 meses volvidos, ainda não tínhamos experimentado o que por lá é feito sob a coordenação da sous-chef Joana Duarte.
Mas nada como deixar passar algum tempo (sim, nós exagerámos, bem sabemos) para ter uma casa a funcionar como uma orquestra bem afinada. Assim aconteceu. Os tempos entre a cozinha – que está à vista de todos como uma montra aberta para os 10 lugares ao balcão – e a sala estão bem coordenados de maneira a que nada chegou antes ou depois do tempo. Isto porque a experiência passou por uma mesa em que se partilhou vários petiscos de maneira a ter uma noção mais clara da vasta oferta deste espaço localizado no Príncipe Real, mesmo ao lado do mítico Pavilhão Chinês.
Entre as várias opções, começámos com as azeitonas temperadas e um vermute para lhes fazer companhia. Rapidamente chegaria o pão com tomate e presunto ibérico de bellota, cortado por uma máquina antiga situada ao fundo da sala. Na cozinha víamos já o empratar do tártaro de atum com abacate. Imperdível. Como, na verdade, também o são a esqueixada de bacalao e o choco frito com maionese de coentros e lima. Se tiver um estômago forte, experimente um dos best sellers da casa, la bomba de Lisboa. Mas olhe que avisámos!
Passando aos ovos, o bacalhau à brás com gema confitada é algo de verdadeiramente prazeroso. Sabe quando o que estamos a comer parece que se desfaz na boca? É isso. Os tachinhos ocupam também um espaço especial na carta do Tapisco. E a açorda de Gambas é outra que não pode deixar de experimentar. Se ainda houver estômago – tem de se guardar sempre um espaço… – invista nos doces para partilhar também. A mousse de chocolate negro com azeite e flor de sal é tão leve que nos transporta para o paraíso! Mas para os menos fãs de chocolate há a mousse de torrão de Alicante, dentro das propostas mais espanholas.
Pratos Vista Alegre, talheres Cutipol e mesas de mármore não nos deixam esquecer que estamos num espaço com assinatura portuguesa, mas que na verdade, podia encantar comensais em qualquer parte do mundo.
Texto de Maria João Lima