SushiCafé investe nos sabores autênticos
Daniel Rente tem os seus clientes fiéis às propostas do SushiCafé. Agora, quis arrojar mais e entregou-se aos sabores originais. Só ao almoço
Texto de M.ª João Vieira Pinto
Depois do sushi de fusão, o japonês mais tradicional. São já vários os restaurantes a fazer este movimento e o Sushi Café Avenida, em Lisboa, não ficou atrás. Nem no passo, nem no arrojo e muito menos nas propostas que o chef Daniel Rente decidiu desenhar… para já apenas e só para o almoço.
Amante do Japão, e com passagem por Osaka, o chef conhece bem sabores e receitas. Agora, aconchega os dias mais frios com sugestões, claro está, mais quentes. E disruptivas. Ou não fossem algumas com carne e não chegassem outras à mesa “fechadas” em caixas-surpresa. Há pratos de partilha e de família. Uns mais de entrada e os que enchem toda uma refeição.
Começámos pelo Ebi Kakiage (12 euros), que nos é simpaticamente apresentado pelo sous chef Carlos Mateus como a “patanisca japonesa”. Em jeito de tempura, envolvem-se legumes, camarão e alga, que acompanham com um molho tentsuyu (caldo de peixe, soja e molho mirim) e arroz gohan. Não sou fã de tempuras e confesso que, para começar, não aplaudi.
Assim como engoli em seco quando chegou a “caixa da Pandora” à mesa, quando foi aberta e apresentada: enguia de água doce sobre o arroz gohan e pepino. Não, não sou das que faz quilómetros para comer a dita, aliás, prefiro não fazer nenhum. Por isso tive que me alhear, fechar literalmente os olhos e levar os paus à boca. Em boa hora o fiz. Chama-se Unaju (18€) e, acredite, é inesquecível.
A viagem tinha começado a correr bem. E assim seguiu. Carlos Mateus confia em pleno nos pratos que vai desfilando. E sorri com a calma de quem sabe que não vamos sair defraudados com o Dote Nabe (16€). É o quê? «A verdadeira experiência do fondue japonês», diz, enquanto nos informa que o trabalho iniciado na cozinha é concluído à mesa. Legumes, mexilhões, cogumelos e tofu mergulham num caldo japonês com soja fermentada. Vá mexendo e rodando os diferentes ingredientes pelo caldo.
Para fechar – e para quem come e gosta de carne, claro – o Sukiyaki (40€, para duas pessoas). À semelhança do Dote Nabe, também este se termina à mesa. Aliás, neste caso, parece que a própria cozinha se instalou ao nosso lado, com fogão e panela de cobre a sentarem-se à mesa. O sukiyaki é um caldo que cruza legumes com carnes nobres e massa shirataki, cozinhado em caldo de soja com mirim e caldo de peixe. Conselho de quem sabe: passar a massa e os legumes pelo ovo e pelo molho goma tare e, depois, entregar-se e deixar-se aconchegar. Todos estes novos pratos de almoço são um complemento à proposta habitual.