Sushic, ou um asiático de fusão

Sim, por aqui há sushi e sashimi. Mas também há muito mais do que as tradicionais cartas japonesas. No Sushic Chiado, a intenção é surpreender, conquistando pela diferença. Já provou?

Texto de M.ª João Vieira Pinto

Não é de hoje que o Sushic tem uma identidade muito própria, com uma oferta que, não raras vezes, cruza sabores e elementos da gastronomia portuguesa com produtos japoneses. Porque a ambição do seu mentor, Hugo Ribeiro, é bem clara: «Desenvolver sabores únicos que façam a diferença da marca.»

Hoje, Hugo não tem grandes dúvidas em apresentar o Sushic como um asiático de fusão. O que lhe permite, também, renovar cartas com maior liberdade criativa, estender oferta de sabores, cruzar ingredientes eventualmente improváveis e conquistar clientes que procuram, também eles, a diferença. E a diferença tem sido feita, de facto. Desde o primeiro espaço até aos actuais e às cartas, como a do Sushic Chiado.

Aqui, renovou-se e, sim, tem sabores inusitados e propostas que remetem mesmo para outras geografias e culturas gastronómicas. Mas venha daí nesta rota de pratos inusitados.

Começámos com um Usuzukuri, que se declina nas variedades salmão, atum e peixe branco, sendo este último cruzado com lardo de porco preto e crocante de milho. Sim, neste último o sabor é bem diferente do que possa eventualmente estar habituado. É essa a intenção, confere Hugo Ribeiro.

Seguimos viagem a experimentar duas fajitas, uma de salmão e outra de atum. Pergunta, neste momento: as fajitas não são de outras paragens, que não a Ásia? São, de facto, mas novamente aqui a ideia dos chefs Rui Fontes e Pedro Rezende foi… surpreender, claro.

Mas porque o Sushic tem já clientes fiéis, houve que equilibrar as novas receitas com algumas que são de sempre. Como as guiosas de frango thai, que se seguiram. E bem! Assim como o ceviche japonês e os rolos Nambanmaki.

O mar de propostas é imenso. Das mais convencionais às mais disruptivas. Porque Hugo Ribeiro sabe que cada cliente tem os seus gostos. Há os que ali vão sem gostar de sushi, os que só querem saber de salmão e os que nem querem pegar na carta, preferindo deixar-se levar ao sabor do que o chef tempera! E, para todos, tem resposta.

Assim como há resposta que chegue quando chega a hora da sobremesa. Não, aqui as sugestões não se ficam por elaborações com chá verde e sem sabor. Francisco Siopa, conhecido pela sua mestria na arte de bem trabalhar o chocolate, foi o consultor escolhido. É verdade, as tentações são várias… e boas!

Cinco espaços e take-away

Aquele que começou há sete anos, pequeno, em Almada, tem vindo a conquistar novas moradas e a levar a cultura do sushi e da comida asiática para outras dimensões. E o grande passo foi dado em 2016, quando Hugo Ribeiro fez o seu Sushic atravessar o Tejo e instalar-se em Lisboa.

Com um crescimento de 50% ao ano, segundo revela, o desejo, para já, é consolidar. A oferta, a presença e, claro, a marca. Que, aliás, se tem vindo a desdobrar, entre o Sushi e Ostras, que se sentou no Altis Belém, ao Sushic Pop, que abriu nas Laranjeiras, em Lisboa, além de ser uma loja com take away, está já a garantir a entrega ao domicílio de sushi nas zonas de Benfica à Praça de Espanha, passando pelas Laranjeiras, Alto dos Moinhos, Sete Rios, Telheiras, Avenida da República e Entrecampos.

Pelo meio, e no final do ano passado, deitou mão a outro conceito asiático: o Bao. Agora, e para este ano – que garante será mais calmo – quer abrir um segundo Bao em novo espaço e voltar ao lugar onde tudo nasceu. Reabrir em Almada, em novo espaço e com conceito diferente.

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