Segredo real nos areais

É oficial. Parece que o calor veio para ficar para os próximos meses. Por isso, não temos como continuar a guardar este segredo. Um segredo digno de contos de reis, rainhas e princesas!

É na Costa da Caparica que se esconde o Praia da Princesa, um restaurante e bar que, atento aos detalhes, está habilitado a servir os mais sofisticados paladares num ambiente criado em conjunto com Mónica Penaguião, da Poeira Design. Ou não fossem as festas de final de dia – que se arrastam com o cair da noite – momentos únicos.

Mas foi ao início da tarde, num dos primeiros dias dignos de bom tempo desta Primavera amena que teimou em manter-se, que nos deliciámos com algumas das tentadoras propostas da carta do Praia da Princesa. Uma carta, de resto, entregue há três anos, ao chef Miguel Simões de Almeida que não tem pudor em afirmar que o resultado é hoje uma conjugação daquilo que acredita que vai funcionar no espaço, com as opiniões dos seus ajudantes na cozinha e os input que vai recebendo de clientes e sócios do espaço. Mas o princípio é sempre o de ter uma oferta diferente daquilo que é servido nos espaços que estão nas imediações.

Nós provámos, aprovámos e garantimos que o é. Começámos com um ceviche perfeito de peixe branco e uma burrata de mozzarella. Ambos no ponto e sem atropelos de sabor. Por esta altura, chegou à mesa uma sangria branca que, diz quem provou, combina na perfeição com o calor exterior e a mescla de ingredientes do chef.

Assim foi, também, com o tártaro de atum e o pica-pau de atum. Em relação ao primeiro, fiquei sem palavras. Quanto ao segundo, pedi a receita! E se acha que por esta altura já desfilaram todas as propostas de entradas, desengane-se que ainda houve espaço para nos servirem umas fresquíssimas e suculentas  amêijoas à bulhão pato – há amêijoas e amêijoas e, estas, eram amêijoas! – e uma gambas à Princesa, digníssimas. Não, não se arrependerá de qualquer uma destas escolhas.

Já em jeito de aconchego, chegariam à mesa uns secretos teryaki e um arroz negro de choco com alioli de alho e coentros – para mim, confesso, dispensava o alioli de alho.

A carta desenhada por Miguel Simões de Almeida não esquece  ainda o peixe grelhado em carvão ou outros pratos de carne como o chuleton basco de carne maturada, bem como uma ampla variedade de saladas e sobremesas. Com uma particularidade que é pouco comum em terras lusitanas: os clientes que estejam na praia, nas suas toalhas também podem fazer o seu pedido (desde que sejam patos possíveis de degustar sem ser a uma mesa) que o restaurante assegura a entrega no areal.

Sendo o restaurante de seis sócios franceses (todos a viver em Portugal há algum tempo) e havendo uma rede de contactos a funcionar de maneira a levar os turistas à conhecer o espaço, o Praia da Princesa tem disponível um serviço de transporte para clientes de Lisboa para esta praia e em sentido inverso. Em 2018, o espaço apresenta ainda maior capacidade tanto na esplanada como na areia, com cerca de 130 lugares sentados na esplanada, 60 no interior e 30 chapéus de praia.

Ah, só mais um conselho: não espere que cheguem os 30 graus para se fazer à estrada, atravessar a Ponte 25 de Abril e estacionar no parque da Princesa.

Texto de Maria João Lima com M.ª João Vieira Pinto

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