Como lidar com a desobediência

É inevitável que, a partir de determinada altura, os pais sejam confrontados com actos de desobediência por parte dos filhos. Este é um comportamento bastante comum e, basicamente, é demonstrado pela recusa da criança em cumprir orientações ou solicitações vindas de um adulto. Gera-se então um momento de tensão com discussões, amuos e até elevação do tom de voz por ambas as partes. Este comportamento manifesta-se em qualquer situação mas, regra geral, é em casa que o conflito acontece mais e que assume proporções maiores.

Saliente-se, desde já, que o facto de as crianças serem opositoras não significa que sofram de algum tipo de patologia. Aliás, este tipo de comportamento, sem ser excessivo, faz parte do processo de crescimento. É, portanto, importante que a criança seja ensinada a cumprir as orientações dos pais nos primeiros anos de vida, para que, quando chegar à adolescência, a desobediência não seja um problema. É, igualmente, crucial que os pais não dêem o poder de decisão aos filhos, relativamente aos temas familiares, assim como sobreprotecção também é um caminho para a desobediência.

Limites justos e adequados

Então como deve agir nos momentos de desobediência? Antes de mais, deve esperar que o momento aconteça. Assim que surjam, estabeleça limites justos e adequados que a criança deve acatar para sua própria segurança. Tenha em atenção que este processo de aprendizagem leva o seu tempo. As primeiras demonstrações de desobediência acontecem, geralmente, quando as crianças começam a ser mais autónomas e independentes e, claro, a palavra “não” é vista como um desafio. Lide com a situação, sendo firme e decidido, mas de forma justa e adequada à situação e à idade da criança.

Certifique-se também que a razão da desobediência não tem como motivo algum tipo de dinâmica familiar. Quando a criança é alvo de um agrado excessivo, como, por exemplo, a satisfação de quase todas as suas vontades ou quando, pelo contrário, é confrontada com demasiada firmeza e rigidez. Nestas situações, a desobediência surge como reflexo destas dinâmicas familiares.

Reforços positivos

É crucial consciencializar as crianças do seu comportamento e explicar-lhes claramente as suas responsabilidades, explicitando as consequências do não cumprimento das regras. Por outro lado, quando emitir uma ordem à criança deve ser claro, objectivo e usar um tom de voz confiante e não imperativo.

Lembre-se sempre de reforçar, de forma positiva, o cumprimento das orientações dadas por parte das crianças. Pode, por exemplo, elogiar o comportamento e explicar as vantagens que esse bom comportamento vai trazer à criança. Mas é fundamental que os pais tenham consciência de que uma boa comunicação, a título permanente, a seu tempo dará as ferramentas necessárias à criança para esta adoptar comportamentos mais sociais.

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