Que tipo de dieta segue? Sabe qual é o peso que tem na carteira e no ambiente?

A Deco Proteste analisou os quatro regimes alimentares mais comuns – vegan, ovolactovegetariano, mediterrânico e planetário – e conclui que o vegan é o mais dispendioso, exigindo mais de sete mil euros por ano às carteiras dos consumidores. Contudo, a dieta planetária, que custa cerca de menos mil euros, não tem os mesmos benefícios ambientais.

A eliminação de todo e qualquer alimento de origem animal leva os vegans a incluírem equivalentes lácteos, que, só por si, representam 20% da despesa global (29 euros por semana). As hortícolas e os fungos ocupam igualmente uma grande fatia no consumo (25%). A despesa semanal é de 35 euros. Juntos, os dois grupos somam 45% da despesa global.

Esta dieta exige 142 euros por semana, o que, mensalmente, se traduz em 608 euros. É a alternativa mais exigente do ponto de vista económico. Por mês, é 46 euros mais cara do que a dieta ovolactovegetariana, mais 64 do que a mediterrânica e mais 95 do que a planetária

Na dieta ovolactovegetariana, ovos e laticínios ganham protagonismo, fornecendo proteína animal, na ausência de carne e peixe. A proporção de ovos pode ser três vezes e meia superior à das dietas planetária e mediterrânica. Juntando aos lácteos, a despesa perfaz 21%, mais do que o grupo da carne, pescado e ovos das dietas mediterrânica e planetária (16% e 17%, respectivamente).

Porém, são as hortícolas e os frutos a completar quase metade dos gastos (44%). Por semana, esta dieta totaliza 131 euros e, por mês, 562. Entre as quatro dietas, é a segunda mais cara. Mais 18 euros por mês do que a mediterrânica e mais 49 do que a planetária. Em contrapartida, significa menos 46 euros por mês do que a vegan.

A dieta mediterrânea tem na sua base os alimentos vegetais, com quantidades moderadas de alimentos de origem animal, sobretudo de pescado. Abundam hortícolas, cereais integrais, frutos (incluindo oleaginosos), leguminosas e sementes e o azeite é de uso preferencial. Lacticínios e carne vermelha tocam em modo comedido.

Hortícolas, cereais, tubérculos e frutos representam 59% da despesa total. Por semana, o gasto é de 127 euros. Face à dieta planetária, custa mais 31 euros por mês, mas menos 64 euros do que a vegan.

Por fim, a planetária usa e abusa dos hortícolas, os cereais integrais, as leguminosas e as oleaginosas e, com menos protagonismo, os tubérculos e a fruta. Reduzidos a figurantes, ficam os laticínios e a carne vermelha, enquanto o pescado fala mais alto do que a carne. Hortícolas, cereais e tubérculos, carne, pescado e ovos, em uníssono, representam 62% do gasto total. Só as hortícolas pesam 27% na fatura a pagar.

O cabaz semanal totaliza 120 euros. Mais económica face à mediterrânica (menos 31 euros por mês), menos 49 em relação ovolactovegetariana e menos 95 perante a vegan.

O peso do ambiente

No que toca aos benefícios para o planeta, o mais aconselhado é um regime vegan, onde não existe consumo de proteína animal. Mas basta seguir uma dieta tendencialmente mais vegetal para ajudar o planeta, quando comparado com as outras opções. Por exemplo:

Vegan: se trocar a bebida de amêndoa por uma de aveia, reduz 20% o consumo de água. Numa semana, poupam-se mais de 1500 litros de água e 2 quilos de CO2 equivalente. Ou seja, corta o potencial de aquecimento global em 10%.

Ovolacteovegetariano: substituir o leite de vaca por uma bebida de soja fortificada com vitaminas e minerais diminui 5% a emissão de CO2 equivalente, 6% o consumo de água e 1% a ocupação do solo.

Mediterrânica: as carnes vermelhas exigem mais recursos. Por essa razão, se trocar bifes de vaca por idênticos de frango, o potencial de aquecimento global e o consumo de água são reduzidos em 5%.

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