Quando um festival promove o interior do País. Já conhece o Côa Summer Fest?

Portugal pode ser considerado um país pequeno em dimensão, mas não o será em número de festivais de música. Há para todos os gostos, dos mais contemporâneos aos mais clássicos, passando por vários estilos musicais e ambientes. Porque o cenário também conta, o Côa Summer Fest destaca-se por entre a panóplia de opções ao dispor dos festivaleiros por acontecer no interior do País, com entrada gratuita, bem próximo da natureza e do rio Douro.

A celebrar este ano a sua 10.ª edição – depois de uma pausa forçada pela pandemia –, o Côa Summer Fest regressa já na próxima semana, entre os dias 4 e 6 de Agosto, em Vila Nova de Foz Côa. Nenny, Sippinpurp e Ivandro são alguns dos artistas confirmados no cartaz, que conta ainda com actividades paralelas como a Côa Hope Run ou a Somersby Pool Party, com o apoio do Superl Bock Group.

Cláudia Góis, membro e tesoureira da Associação Juvenil Gustavo Filipe, que organiza o Côa Summer Fest, revela que o objectivo do evento tem sido o mesmo ao longo dos tempos: dinamizar a zona, tornando-a atractiva tanto para os jovens que lá moram como para os jovens de fora, colocando a cidade em destaque no mapa.

«São três dias de um festival em que prevalece a diversão e a união de uma cidade que tem benefícios futuros, porque grande parte dos festivaleiros volta a Foz Côa, seja em passeio fora deste contexto, seja para outro Côa Summer Fest», refere ainda Cláudia Góis, sublinhando o impacto que o evento tem na região.

Como é que o Côa Summer Fest se distingue por entre os festivais de Verão em Portugal?

Acima de tudo, somos um festival do interior do País e esse é um factor que nos distingue e que tanto nos orgulha. Temos trabalhado durante estas 10 edições para tornar o Côa Summer Fest cada vez melhor, mas há elementos que fazem parte da nossa génese, inalteráveis, que sabemos que nos destacam. Primeiramente, conseguimos oferecer um festival gratuito que promove três dias de diversão e música, onde os festivaleiros têm uma experiência memorável na cidade de Foz Côa, com acesso a múltiplas vantagens.

Além disso, somos um festival sem praia, mas é exactamente a mensagem de que Verão não é só praia que queremos promover.

Pensamos, ao detalhe, em actividades que vão além da música e criamos momentos para todas as idades, que juntem famílias e amigos em momentos de muita descontracção. É claro que também pensamos muito nos artistas que sobem ao palco e, desde o primeiro dia, apostamos num cartaz apenas com nomes nacionais, que se têm vindo a destacar no panorama musical.

Além destes elementos, e talvez um dos mais relevantes, é o facto de o Côa Summer Fest ser um festival inteiramente organizado por uma associação juvenil, sem fins lucrativos, de modo voluntário, que tem um propósito muito próprio: o de dinamizar a zona, tornando-a atractiva tanto para os jovens que lá moram como para os jovens de fora, colocando a cidade em destaque no mapa português.

Que peso tem o facto de ser um evento no interior do País? Que desafios ou, por outro lado, benefícios estão associados?

Ser um festival do interior acarreta alguns desafios, mas ao longo destas 10 edições temos vindo a superá-los e a reforçar os benefícios da nossa localização. É verdade que estamos longe dos grandes centros urbanos, mas, edição após edição, esforçamo-nos para mostrar a todo o país que o Côa Summer Fest é uma experiência memorável.

Ao contrário do que se possa pensar, a nossa localização também consegue ser benéfica. Estamos rodeados de natureza, pela tranquilidade típica do interior e por paisagens inéditas do Alto Douro Vinhateiro e envolvente, que são Património Mundial da Humanidade, e estes são factores que atraem muitos visitantes. Qualquer actividade que organizamos torna-se especial com a vista que nos acompanha.

Além disso, por estarmos nesta caminhada há 10 anos, há também outro ponto benéfico que destacamos que é o nosso público fiel de Foz Côa que, assim como nós, deseja muito este regresso após dois anos de pausa face à pandemia.

O que mudou nestes 10 anos de Côa Summer Fest?

Ao longo de 10 edições, o objectivo mantém-se: tornar o Côa Summer Fest o melhor festival do interior do País. É claro que muita coisa mudou e olhar para todas estas edições em retrospectiva deixa-nos orgulhosos. De um festival de Verão que tinha teatro, desporto e música na mesma proporção, chegámos ao que somos hoje.

Acreditamos que, de ano para ano, o nosso cartaz tornou-se mais atractivo, com a aposta em nomes nacionais que fazem parte dos grandes festivais, nas grandes cidades.

A confiança dos nossos parceiros também tem vindo a mostrar que o Côa Summer Fest está a ganhar amplitude. Esta é a quarta edição em que vamos realizar a Somersby Pool Party, que é um momento muito especial de encerramento dos três dias de festa, com o apoio da Super Bock. Além disso, teremos, pela segunda vez, a rádio Mega Hits como media partner.

Em 10 edições, caminhámos para conquistar o nosso espaço e acredito que estamos a fazer um bom trabalho!

Que impacto tem o festival na região? E com que duração?

Acreditamos que o festival mexe com Foz Côa. Durante este período, tentamos promover não apenas o nosso cartaz, mas a nossa região. A nossa oferta atrai muitos curiosos para a região de Vila Nova Foz Côa, o que acaba por ter um impacto muito positivo na economia local. Este é um evento nosso para todos e todos beneficiam com ele.

São três dias de um festival em que prevalece a diversão e a união de uma cidade que tem benefícios futuros, porque grande parte dos festivaleiros volta a Foz Côa, seja em passeio fora deste contexto, seja para outro Côa Summer Fest.

Conseguem medir o impacto a nível económico?

É muito difícil mensurar o impacto económico na cidade e região, mas temos a certeza de que é positivo. O maior reflexo disso é o sentimento geral na população sobre a ausência do festival nestes últimos dois anos.

Acreditamos sempre que, pelo movimento gerado e porque não nos focamos apenas em centrar as pessoas no nosso recinto durante a noite, há um efeito muito positivo no comércio local. Não deixam de ser pelo menos três dias de refeições, dormidas e passeio pelas ruas da cidade.

Como é pensado o cartaz? Tanto a nível musical como relativamente às restantes actividades?

Edição após edição, o desafio é sempre encontrar novas formas de nos superarmos, de ir mais além, e pensar em actividades que façam match com a nossa imagem, mas que também sejam divertidas e dinâmicas.

Relativamente aos concertos, tentamos apostar no talento português e estamos atentos ao que o público jovem – o nosso target – ouve. Este ano não será excpção e teremos nomes de peso a pisar o nosso palco.

Quanto às actividades, mantemo-nos fiéis à Somersby Pool Party, mas tentamos sempre inovar na actividade que marca o arranque do festival, bem como em algumas iniciativas paralelas. Desta vez, para além de ser a 10.ª edição, é o nosso regresso após dois anos de pausa, por isso quisemos fazer algo com um valor acrescido, através de uma corrida solidária, mas bem divertida.

Quais são os principais destaques deste ano?

Este ano, ao nível de cartaz musical, contamos com nomes como a artista Nenny, que está nomeada para o Music Moves Europe Awards 2022, o jovem rapper Sippinpurpp e ainda o cantor Ivandro, responsável pelos conhecidos hits “Moça” e “Lua”. Para completar o cartaz, contamos ainda com nomes como John Diaz, Quim das Remisturas, DJ Fifty, Volta e Meia e Los Bandidos, que vão animar os nossos finais de noite.

Além do cartaz, que nos deixa muito orgulhosos e que acreditamos ser motivo para atrair muita gente, temos planeada a Côa Hope Run, que será um dos principais destaques. Esta corrida/caminhada, além de permitir aos festivaleiros conhecer as atracções e locais únicos de Foz Côa, vai levá-los a desafios que se esperam bem divertidos!

E que novidades em relação a edições anteriores? A nível de funcionamento ou tecnologia, por exemplo

Um dos grandes desafios para este ano foi acelerar a consistência, enquanto marca, e posicionar o Côa Summer Fest num “tom de voz” que enquadrasse com os festivaleiros que nos visitam e que estão dentro do nosso público-alvo. Este é um processo moroso e feito in house, mas que está a dar os passos certos para uma melhor experiência antes, durante e depois do festival.

Outro ponto que também é sempre um desafio e que tentamos melhorar todos os anos é a comodidade, conforto e segurança dos festivaleiros. Este ano, vamos inaugurar um novo espaço de campismo, que estava já pensado há alguns anos, de modo a concentrar os festivaleiros e alimentar o espírito do Côa Summer Fest, desde o acordar até ao deitar.

Como descrevem o público do Côa Summer Fest?

O nosso público é dinâmico, moderno, divertido, hospitaleiro e fora da caixa! A verdade é que todos vemos, nestes três dias, uma oportunidade para estarmos todos juntos, para reavermos colegas de longa data, para estarmos com familiares num contexto diferente e até para conhecermos todos aqueles que vêm de outras regiões, mas que recebemos de braços abertos. O público do Côa Summer Fest será todo aquele que se quiser juntar à festa e mal podemos esperar para o receber!

Texto de Filipa Almeida

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