Os ténis Hirundo já chegaram à Embaixada

Eduardo e Filipe Serzedelo são irmãos, um trabalha em advocacia o outro na área do ambiente, mas há um ano lembraram-se de surpreender o mercado ao apresentarem uma marca de ténis que é praticamente monoproduto. No fundo, uma das suas paixões pessoais e que haveria de ser materializada em plena pandemia.

Fundada no Porto – e com o apoio ainda dos sócios Pierre Stark e Ann Massal –, a Hirundo apresentou-se desde logo como marca que “que atende às principais tendências globais e aos novos hábitos de consumo”, olhando ainda ao movimento Slow. Eduardo e Filipe sempre foram apaixonados por sapatos, e por ténis em particular. Durante a pandemia começaram a visitar algumas fábricas, a ter ideias mais sólidas do que poderiam fazer e, claro, a desenhar sapatos. Depois, precisaram de quase um ano para encontrar os fornecedores que lhes fizessem mais sentido, para estudar os materiais que queriam e chegar ao design final (com ajuda de um designer técnico que garantiu que os princípios básicos estavam assegurados). Nem mais que uns ténis brancos, cuja sola se apresenta depois em 11 cores. Ou não fosse um dos statements da marca nem mais que: “Acreditamos em sapatos feitos para durar e que nunca saem de moda. Acreditamos que os bons sapatos demoram tempo a ser produzidos”.

«A nossa ideia foi criar uma marca que fosse quase ostensivamente portuguesa. Chama-se Hirundu porque é andorinha em latim e o símbolo é bem português. E quisemos que os componentes fossem portugueses, como a pele, a sola intermédia que é em cortiça e a sola em cortiça reciclada, assim como o forro é feito com pele portuguesa», partilha Eduardo, enquanto apresenta a primeira loja da marca, que abriu em Outubro passado na Embaixada, no Príncipe Real, Lisboa.

QUase 100% dos componentes são fabricados em Portugal por empresas portuguesas com anos de experiência no sector. A parte superior e o forro dos ténis Hirundo são fabricados em couro certificado pelo “Leather Working Group” e a sola exterior é composta por borracha sintética reciclável, extraleve e muito macia. O fabrico, esse é assegurado em Felgueiras.

«O propósito, para já, é ter apenas e só um modelo, com estética minimalista, simples, mas um twist de cor», acrescenta o responsável, adiantando desde logo que ainda antes do Verão haverá alargamento de portefólio para acessórios (como bonés), os quais permitirão comunicar a marca na rua, para além dos ténis!

Também desenvolvidas serão novas cores, que irão subsituir algumas das actuais para garantir novidade à marca.

«Logo no primeiro mês vendemos para 45 países, traduzido em 400 pares, número médio de vendas mensais. Permitiu-nos perceber que queríamos ter uma loja física para melhor apresentar os nossos produtos e para melhor conhecermos o nosso público. Surgiu a oportunidade da Embaixada e viemos em Outubro», contam. Agora, a perspectiva é chegar aos cinco mil pares vendidos mensalmente, no próximo ano.

Para já, a maior procura chega por parte de mulheres – 60/40 – apesar de os fundadores considerarem que há cores completamente unissexo, como o beringela ou o beige.

Texto de M.ª João Vieira Pinto

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