O plano da Galp para o Rock in Rio? «Queremos que as pessoas nos sintam»

A ligação da Galp à música não é de agora, mas é a primeira vez que a marca se junta a um festival de música com esta dimensão como patrocinador principal. E a escolha recaiu sobre o Rock in Rio Lisboa, numa parceria que deveria ter tido início em 2020 mas que a pandemia atrapalhou. Depois de vários projectos em conjunto, de preparação para o regresso do evento ao Parque da Bela Vista, a Galp está finalmente a materializar aquilo que, até agora, apenas podia estar no papel devido à pandemia.

«Já estivemos presentes noutros festivais, mas o Rock in Rio é o maior festival de música do País e, além disso, somos patrocinadores principais», afirma Filipa Appleton, directora de Marketing da Galp, sublinhando a importância da parceria. «É uma forma de mostrar o futuro novo que a Galp está a construir», acrescenta: «O Rock in Rio é o palco ideal para o mostrar às novas gerações. É a montra desta transformação da Galp.»

Transformação esta pautada pela apostas nas energias renováveis e numa abordagem de negócio mais sustentável, pelo que sustentabilidade será o principal pilar da presença da Galp no evento. Em entrevista à Marketeer, Filipa Appleton conta que o objectivo da Galp é ser líder no movimento de transformação energética, tendo o compromisso de, até 2050, ser neutra em carbono.

Com vários espaços no recinto da Cidade do Rock, a Galp encontra no seu stand um dos grandes destaques – a par, talvez, do Galp Music Valley, palco a que dá nome. É que no stand da marca é possível conhecer melhor, de forma mais palpável, aquelas que são as intenções da Galp. Seja através do carrossel movido a energia solar ou de uma experiência imersiva que coloca os festivaleiros em contacto com temperaturas negativos, mostrando que é possível aproveitar o frio para comer um gelado, por exemplo.

Além disso, a Galp assumiu a missão de compensar todas as emissões de carbono do festival (e não somente dos seus stands e activações), indo ainda mais longe ao duplicar o valor que seria necessário para equilibrar as contas. O que a Galp propõe é que o Rock in Rio Lisboa seja neutro em carbono, através de dois projectos: um deles associado aos Passadiços do Paiva, que passa pela captação de 7 mil toneladas de carbono numa primeira fase (número que aumenta para 15 mil toneladas até 2025); o outro projecto tem as suas raízes na Nigéria, onde a Galp vai ajudar a entregar fornos mais eficientes a várias famílias. No total, a Galp está a implementar um investimento de 150 mil euros para compensar em dobro a pegada carbónica do festival.

De olho nas famílias

«Olhamos para a nossa presença no Rock in Rio com muito amor, com muito cuidado. Pensámos nos vários touchpoints, naquilo que é a marca…», refere a directora de Marketing.

É neste sentido, e também com o Planeta em mente, que a Galp fechou uma parceria com a Câmara Municipal de Lisboa para disponibilizar autocarros eléctricos na estação da CP Roma-Areeiro a transportar festivaleiros para e do festival a cada 20 minutos. A marca vai, ainda, promover viagens de tuk-tuk a partir do seu posto de abastecimento na Avenida Gago Coutinho em direcção ao recinto. Poupam-se as pernas e o ambiente.

Estas poderão ser iniciativas particularmente importantes para quem visita o Rock in Rio em família, um dos públicos-alvo do festival. Foi, aliás, a pensar neste segmento que a Galp lançou, em parceria com o evento, o Passaporte Família, que garante a entrada a duas crianças dos 3 aos 10 anos, dois adultos e um sénior (com mais de 65 anos). Além disso, «é o único produto que permite entrar e sair do festival», frisa Filipa Appleton. «Acreditamos que vai mudar o mindset de como vivemos os festivais.»

“Inclusão” é a palavra que a directora de Marketing utiliza para falar sobre esta atenção da Galp a todos os festivaleiros, sem excepção. E é também deste princípio que nasce uma actuação especial que irá acontecer no dia 25 de Junho, no Orange Spot (um dos espaços da marca no festival), com a subida a palco do grupo de músicos surdos Som. Sim. Zero. Esta iniciativa irá decorrer através da Fundação Galp, numa parceria com a Escola de Música de Rabo de Peixe, a Associação de Surdos de São Miguel e a produtora Ondamarela.

«A música não é só ouvida, também é sentida. E queremos que esta nova energia da Galp seja sentida por todos», refere Filipa Appleton. «Mais do que a presença do logótipo (que também tem de existir enquanto patrocinadores principais, queremos que as pessoas nos vejam), queremos que nos sintam.»

Texto de Filipa Almeida

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