Mark Read vai deixar o cargo de CEO da WPP, grupo global de publicidade dono de marcas como Ogilvy e GroupM, após sete anos marcados por uma forte concorrência, transformações tecnológicas e desafios económicos em setores e geografias chave. Todos estes fatores contribuíram para uma queda de 50% no valor das ações da empresa desde a sua nomeação, em setembro de 2018.
Segundo a Reuters, Read afirmou que “tinha construído um negócio mais simples e forte”, destacando a fusão de grandes agências do grupo para oferecer um serviço mais integrado aos clientes. Ainda assim, a WPP perdeu contratos para concorrentes, enfrentou o impacto da ascensão da inteligência artificial — que permite às marcas criarem os seus próprios conteúdos — e viu-se ultrapassada pela francesa Publicis como o maior grupo publicitário do mundo.
A saída de Read surge poucos meses após a nomeação de Philip Jansen como chairman do grupo. Para Read, o momento é oportuno para a transição: “Os nossos clientes hoje avaliam-nos mais do que nunca, agora trabalhamos com quatro das cinco empresas mais valiosas do mundo e as nossas receitas com nossos maiores clientes têm crescido de forma consistente.”
Com esta saída, encerra-se um ciclo iniciado após a era de aquisições de Martin Sorrell, fundador da WPP, que construiu o grupo através da compra de agências como J. Walter Thompson, Ogilvy, Young & Rubicam e Grey.