Iswari: «A noção de ‘food as medicine’ faz cada vez mais sentido»

A Iswari já não é apenas sinónimo de superalimentos. A marca portuguesa quer apoiar os consumidores na adopção de um estilo de vida saudável também através do aconselhamento e acompanhamento com dicas e sugestões de como tirar melhor partido dos produtos Iswari, mas não só.

Plant Power é a mais recente aposta da marca e consiste num programa completo destinado a todas as pessoas que querem mudar de vida. A ideia partiu de Tiago Vilela, director de Marketing da Iswari, que decidiu reunir todos os ingredientes para uma alimentação saudável e equilibrada à base de plantas e juntar-lhe, ainda, uma componente de exercício físico – que ficou a cargo do personal trainer e nutricionista vegan Miguel Yallourides, mais conhecido por Miguel The Vegan.

O Plant Power divide-se em duas opções, uma delas para quem está a dar os primeiros passos neste campo e a outra já mais orientada para consumidores com alguma experiência na matéria. Cada um deles combina plano alimentar e de exercício com ferramentas práticas, dando origem a um kit completo com produtos, receitas e vídeos exemplificativos.

O Plant Power for Beginners, por exemplo, está disponível por 124,99 euros e é composto por plano alimentar de 14 dias (85% à base de plantas), mais de 20 receitas, plano de treino com vídeos e 28 produtos alimentares avaliados em 157 euros. Já o Plant Power for Vegan, custa 136,99 euros e inclui plano alimentar 100% à base de plantas, mais de 30 receitas, plano de treino para fazer em qualquer lugar só com o peso do corpo e 31 produtos avaliados em 172 euros.

Em entrevista à Marketeer, Tiago Vilela garante que «o que se encontra no mercado são receitas ‘avulso’, sem contagem de macronutrientes, sem um plano alimentar consistente». O que a Iswari propõe é um passo em frente em relação ao que existe ao dispor dos consumidores, tendo em conta que «a noção de ‘food as medicine’ faz cada vez mais sentido».

O que levou a Iswari a lançar estes programas?

Desde a sua criação há 11 anos, que a Iswari tem como missão trazer saúde aos seus consumidores. Em 2020 e este ano, esta missão mantém-se e reforça-se. A verdade é que com todos os desafios que a pandemia trouxe, a noção de “food as medicine” faz cada vez mais sentido. Sabemos que não existem soluções milagrosas, mas sabemos também que o que colocamos no mercado são produtos repletos de ingredientes funcionais, benéficos para a saúde. O consumidor está cada vez mais ávido de informação e estes programas acabaram por surgir como uma forma de tentarmos não só educar o consumidor para um estilo de alimentação mais saudável, mas também oferecer as ferramentas e ajudas que são precisas para que isso aconteça.

Estes dois programas, para vegans e não vegans, estão preparados para oferecer todo o apoio a quem se quer aventurar a fazer a passagem para uma alimentação mais à base de plantas, com tudo o que isso implica. Não somos uma marca que descobriu em 2020 que afinal somos realmente o que comemos. Temos um know-how ímpar em nutrição funcional e saudável e queremos que o nosso consumidor beneficie em pleno de todo esse conhecimento.

O que distingue estes planos de outros que já existem no mercado?

À primeira vista pode parecer que os Plant Power são algo que já existe no mercado. Mas não são. O que se encontra no mercado são receitas “avulso”, sem contagem de macronutrientes, sem um plano alimentar consistente e que é pensado para atingir outras metas que não apenas tornar-se vegan.

Um plano é para quem quer fazer a transição para vegan, outro para quem já o é. Cada plano alimentar tem todos os macronutrientes identificados, preparados para um consumo de calorias ideal, identificadas por refeição. Além disso, associado a cada plano está um conjunto de produtos, que por si só justifica a decisão. Mas ainda há mais: um plano de treino, sem necessidade de qualquer material, para se poder concretizar em qualquer lugar e ainda com apoio em vídeo.

Estes programas vão muito além de um conjunto de receitas ou de exercícios. São pensados para um consumo calórico abaixo das 2000 calorias e têm todos os macronutrientes identificados, permitindo que as pessoas percebam o que estão a ingerir ou não por dia. Além disso, como cada receita tem o aporte calórico identificado, depois dos 14 dias dos planos as pessoas até podem trocar as receitas, sabendo sempre que conseguem manter o seu aporte calórico dentro de limites considerados saudáveis. Além disso, queríamos também que as pessoas ficassem com um guia prático para continuar o seu caminho e por isso preparámos um manual impresso que tem os planos alimentares, o plano de treino, as receitas, conselhos de nutrição e suplementação. Um guia para a vida.

Como escolheram o parceiro para estes planos?

Quando começámos a pensar nos planos, sabíamos que queríamos um parceiro de confiança e que se movesse no universo vegan e na alimentação saudável como nós. Mas não queríamos alguém que se focasse só na alimentação ou só no treino. Queríamos alguém que tivesse uma abordagem mais holística porque, para nós, não se trata de uma dieta a curto prazo, mas sim um estilo de vida para manter. O Miguel Yallourides, mais conhecido como Miguel The Vegan, acabou por ser uma escolha óbvia porque, além de ser nutricionista vegan, é também personal trainer certificado e como já estávamos a trabalhar juntos já conhecíamos a filosofia e a metodologia do Miguel em primeira mão.

Como se pode ter acesso a estes planos?

Os planos podem ser comprados em www.iswari.com.

Quem procura este tipo de planos?

Normalmente pessoas que já estavam a pensar fazer a transição para uma alimentação mais à base de plantas e simplesmente não sabiam por onde começar, porque há muitas receitas avulso mas poucos planos estruturados. Além disso, temos também pessoas que já são vegans mas que querem comer melhor. Também temos sentido um grande interesse por parte de pessoas que querem iniciar esta jornada em família e que consideram um plano um grande alívio na parte da organização de receitas e até ingredientes.

Consideram que a alimentação saudável é uma tendência em Portugal?

Estamos em Portugal há 11 anos e desde então mudou muita coisa. O aumento da procura de soluções saudáveis levou a uma explosão de soluções, no retalho, na restauração e, claro, nos alimentos em si. Há 11 anos, a compra de alimentos biológicos, vegan e/ou sem glúten era feita em determinadas lojas especializadas; actualmente, as grandes cadeias de supermercados já montaram lineares inteiros. A nível de ingredientes, existe hoje uma panóplia de ingredientes que já fazem parte do dia-a-dia da alimentação que há 11 anos eram desconhecidos do público em geral. Peguemos na quinoa: quando a Iswari nasceu, as exportações globais de quinoa andavam pelas 5.000 toneladas ano. Esse valor multiplicou-se por 20 numa década, tornando inclusivamente difícil o consumo interno desse ingrediente nos países produtores como o Perú e a Bolívia.

Sabemos que a dieta da moda por definição vai sempre existir. E algumas delas até poderão fazer sentido para atingir determinados objectivos. Agora, julgo que uma franja cada vez maior da população se consciencializou de que um corpo e uma mente saudável apenas se conseguem de forma sustentável através de uma alimentação saudável e de um estilo de vida activo. O desafio agora é explicar aos consumidores que temas como nutrição funcional, os benefícios ambientais de uma alimentação com maior teor em “plant-based” e uma alimentação natural, sem uso de sintéticos químicos, não devem ser vistos uma tendência. São uma necessidade estrutural e que temos que cada vez mais de incorporar no nosso dia-a-dia.

Quais são os principais obstáculos à adopção deste tipo de alimentação por mais pessoas?

Na nossa opinião, muitas vezes é desconhecimento. A maior parte de nós foi criada a assumir a carne e o peixe como os pratos principais. Ter que repensar por completo onde vamos buscar as nossas fontes de proteína pode não ser fácil e isso acaba por alterar por completo o equilíbrio de um prato considerado saudável. Por isso, em primeiro lugar o ter que repensar a proteína, mas também a questão de equilibrar os nutrientes. De repente, já não temos a certeza das doses ou dos nutrientes essenciais. Toda esta confusão, mais o facto de existir tanta informação contraditória na Internet, pode tornar a decisão de comer mais à base de plantas um desafio. Por isso mesmo, consideramos estes planos um ponto de partida em que ensinamos a criar pratos equilibrados, a conhecer novos ingredientes ou formas de cozinhar, a mexer o corpo e até a pensar a comida de outra forma.

Pensam lançar mais planos?

Somos, por defeito e feitio, uma empresa inovadora. Para já queremos alargar estes planos aos mercados estrangeiros onde já temos presença. Mas claro que já existem ideias e necessidades identificadas. A questão é que quando começamos a ver a alimentação como a base de tudo, queremos sempre evoluir e queremos sempre antecipar as necessidades dos nossos clientes.

Texto de Filipa Almeida

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