Influenciadores portugueses promovem conteúdo comercial sem o identificarem

A Auto Regulação Publicitária (ARP) desenvolveu um estudo de monitorização de marketing de influência em conjunto com o CEAD – Centro de Estudos Avançados em Direito Francisco Suárez da Universidade Lusófona. Os resultados revelam que #pub ou pub é a palavra-chave mais usada para indicar uma colaboração com uma marca e que desconto, código e oferta são as três palavras-chave mais usadas para identificar a comunicação comercial.

Nesta análise foram analisadas as práticas dos influenciadores digitais com mais interacções diárias em Portugal, relativamente ao cumprimento do princípio da identificabilidade. Foram verificados, através de uma ferramenta de recolha de dados automatizada, 73.785 vídeos/histórias, tendo sido seleccionadas, com base em palavras-chave fornecidas, 5.294 publicações do Instagram que foram analisadas pela equipa do projecto.

Os dados demonstram ainda que foram identificadas 374 publicações em que a comunicação comercial foi correctamente identificada, 563 que incluíam palavras ou expressões que indiciavam com segurança a existência de um conteúdo patrocinado, mas eram insuficientes para que o consumidor as identificasse como tal, e 93 publicações que constituíam comunicação comercial sem qualquer tentativa de identificação da sua natureza.

No relatório pode ler-se, também, que 13% da amostra (678 publicações) continha informação adicional que demonstrava claramente não se tratar de comunicação comercial, 9% (469 publicações) continha informação que indiciava não se tratar de comunicação comercial, e 59% (3117 publicações) incluía informação que indiciava tratar-se de comunicação comercial não identificada.

O estudo conclui assim a existência de um número expressivo de influenciadores digitais a promoverem marcas, códigos de desconto e links de afiliados sem identificarem, de forma clara e adequada, as suas publicações como comunicação comercial.

«Os resultados apurados demonstraram a necessidade de aumentar a consciencialização para o cumprimento das regras existentes e forneceram um ponto de partida sólido para elaborar recomendações com o intuito de auxiliar a Indústria a melhorar as respectivas práticas, recomendações essas que a ARP inseriu no Guia de Boas Práticas sobre Marketing de Influência e Publicidade Nativa», diz, em comunicado, Madalena Bettencourt, secretária-geral adjunta da Auto Regulação Publicitária.

Artigos relacionados