Estou online. E agora? – 5 dicas para PMEs em transição para o digital

Por Ana Bicho, CEO da Adclick

As empresas nacionais já não podem ignorar a presença online. Se em alguns casos esta opção já tinha sido seguida há muito, noutros foi acelerada pela pandemia e pela necessidade de subsistir num mundo em que estar fora do mundo digital era desaparecer.

A importância do digital, porém, não se perdeu com o fim progressivo das restrições relacionadas com a Covid-19. Depois de terem experimentado o conforto de comprar, encomendar, reunir, resolver burocracias ou aprender sem sair de casa, os consumidores perceberam que há todo um mundo de possibilidades num ecrã de computador ou até no smartwatch e não querem voltar atrás.

Ou seja: as empresas que se lançaram neste caminho também não podem voltar a estar apenas offline. E as que ainda não avançaram para o online devem estar a correr contra o tempo.

A questão é que “o digital” não é um site mais ou menos improvisado que tem o mesmo conteúdo há meses. Nem umas páginas em redes sociais com posts avulsos. E muito menos um endereço de e-mail começado por info@…, praticamente esquecido.

Se a sua empresa está online, há pelo menos 5 aspectos que deve ter em conta.

1. Nem tudo são vendas

Sim, o objectivo é levar o seu produto ou serviço a cada vez mais pessoas. No entanto, nem tudo se resume ao acto da compra propriamente dito. Até porque, muitas vezes, essa compra não se vai repetir frequentemente.

Estar online implica, acima de tudo, ter uma estratégia para comunicar com diversos públicos, em vários momentos. Públicos que podem estar em diferentes fases da vida e, por isso, em diferentes fases de um processo de decisão que pode, a qualquer momento, torná-los seus clientes. Mas há um caminho a percorrer até lá chegar, que passa, também, por criar uma relação com o consumidor, seja actual ou futuro.

2. Formatos: escolha o seu

Estar online implica a criação de uma estratégia de marketing digital. O que, por sua vez, obriga a reflectir sobre o tipo de conteúdo mais adequado ao público, à mensagem e às características da empresa e da área de negócio.

Se um blog pode ser a solução para empresas em áreas como a saúde, a banca ou lifestyle, os vídeos podem ser mais indicados para um target mais jovem. Os podcasts têm aplicação em quase todas as áreas e a realidade virtual começa a ganhar importância no B2B. E, claro, pode usar todos os canais, criando conteúdos diversificados para cada um.

3. Criar conteúdo não chega: é preciso distribuir

O conteúdo pode ser excelente, mas de nada serve se não chegar às pessoas certas. É preciso levá-lo às redes sociais, promovê-lo, captar tráfego para o site. Se o consumidor não chegou ao conteúdo, há que levar o conteúdo até ele.

Um conteúdo não funciona sem uma boa estratégia. E se pensa que uns posts nas redes sociais resolvem o problema, talvez deva pensar melhor sobre qual o impacto em termos de credibilidade, posicionamento ou engagement. E qual é o retorno? É capaz de medir e analisar?

4. Internacionalizar? Mais um desafio

A dimensão do mercado português pode não ser suficiente e a presença online é uma boa porta para chegar a outros mercados. Se já teve esta percepção ou até se já avançou com o processo, certamente percebeu que este é um caminho com muitos desafios.

E um deles é, certamente, conseguir um lugar no mercado global digital, onde estão empresas com estratégias bem definidas, provenientes de mercados mais maduros em termos digitais. Como competir com este tipo de concorrência? Olhando para o digital não apenas como uma medida avulsa, mas como parte de um plano cuidadosamente delineado. Já traçou o seu?

5. Falar com especialistas

Um dos aspectos mais importantes de ter uma presença online é perceber que não é possível entregar tamanha responsabilidade a apenas uma pessoa ou até a uma equipa. A estratégia digital deve ser pensada, discutida e adaptada à sua empresa e aos seus recursos. O que leva tempo e exige dedicação e conhecimento.

Não basta improvisar; não é boa ideia copiar. Há uma estratégia para cada empresa e se não sabe qual é a indicada para a sua (e na verdade dificilmente saberá, já que não é esse o core do seu negócio), delegue essa responsabilidade em especialistas, tal como faz em relação a frotas, manutenção de equipamentos ou na resolução de questões legais e fiscais. Tal como existem profissionais que o podem ajudar nestas áreas, há empresas e profissionais que podem avaliar e delinear a melhor estratégia não só para estar online, mas sobretudo para ser relevante no competitivo mundo digital.

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