Está a economia de partilha a caminho do fim?

O novo coronavírus poderá ser o início do fim da economia de partilha ou até, numa visão mais alargada, da chamada “gig economy” – que abrange todos os trabalhadores independentes e freelancers. Analistas citados pelo The New York Times alertam que 30% desta “gig economy” poderá desaparecer durante os próximos dois anos.

A culpa residirá, em parte, nos serviços e plataformas de mobilidade, como é o caso da Uber, Bolt ou Kapten. As recomendações de distanciamento e higiene no âmbito da pandemia de COVID-19 estarão a tornar os consumidores mais cautelosos. De acordo com os mesmos analistas, existe uma grande fatia de pessoas que não está disponível para entrar num veículo partilhado até ser descoberta uma vacina.

O mesmo poderá ser verdade para a Airbnb, que iniciou entretanto um processo de lay-off. Os planos para este ano passavam por entrar na bolsa, mas o COVID-19 veio mudar as prioridades e provocar mesmo o despedimento de 1.900 funcionários (cerca de 25% de toda a força laboral).

«Com base na nossa análise da ‘gig economy’ e do total dos consumidores, infelizmente, existe uma parte que – até existir uma vacina – não entrará num veículo partilhado ou usará um imóvel Airbnb», sublinha Daniel Ives, managing director de Equity Research na Wedbush Securities.

Analistas financeiros esperam que as empresas comecem a recuperar à medida que os consumidores regressam ao trabalho e às ruas. Porém, embora o consumo possa vir a aumentar em breve, os alvos serão possivelmente diferentes, levando os investidores a preocuparem-se com o futuro de alguns negócios. «Todos os investidores estão a tentar perceber indústrias que a pandemia irá transformar permanentemente para melhor ou para pior», indica Tom White, senior research analyst da D.A. Davidson, citado pelo mesmo jornal norte-americano.

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