“Desde 1665… desde 1996…”

Por João Mendes Dias
COO da PLMJ

É deste modo que algumas marcas optam por assinalar de forma visível a sua longevidade, associando à sua imagem uma noção de estabilidade e de resiliência que lhes confere uma maior estatura.

De acordo com o dicionário Merriam-Webster, fundado em 1828 e actualmente detido pela Encyclopædia Britannica, a palavra “marketeer” é utilizada desde 1665 com o significado que ainda hoje tem – designar alguém que é especialista na promoção ou na venda de algo.

E é precisamente a acompanhar e a estimular a actividade exercida pelos “marketeers”, cuja designação foi estabelecida há mais de 350 anos, que se dedica a Revista Marketeer desde 1996.

Foi no final da década de 40 do século XX que em Harvard se definiu uma das expressões sobre cujo significado e equilíbrio mais vezes reflectem os “marketeers”, seja qual for a sua área de actividade: o “marketing mix”.

Cada vez mais estudado, desenvolvido, subdividido, sistematizado, teorizado e experimentado. E também cada vez mais quantificado, projectado e medido. Porque progressivamente adaptado a novos hábitos de consumo, à disponibilidade de mais canais de comunicação e a tecnologias cada vez mais avançadas e que cada vez requerem mais articulação e coordenação para maximizar e optimizar o seu efeito.

Esta disciplina tem por isso vindo sempre a crescer em âmbito de actuação, sofisticação e necessidade de profissionais conhecedores e qualificados para a praticar e desenvolver, tanto numa perspectiva geral, enquanto ramo das ciências económicas e da gestão como nas suas diferentes vertentes, cada vez mais específicas.

Em resultado dessa evolução e desse crescimento tem-se assistido ao longo dos anos a um aumento cada vez mais expressivo da quantidade de profissionais formados em outras áreas técnicas, científicas e sociais que se dedicam a actividades na área de marketing. Paralelamente, e à semelhança do que acontece internacionalmente, o Marketing é já também o tema central de cerca de 30 cursos superiores que, em Portugal, são especificamente dedicados a esta área do conhecimento e que todos os anos recebem um total de cerca de 1500 novos alunos universitários.

Tem justamente sido graças a este grande vigor que as ciências do marketing têm evidenciado que hoje podemos dizer que elas são omnipresentes, sendo aplicadas de forma completamente transversal em praticamente todas as análises de negócio feitas na maior parte dos sectores da economia.

Planos de Marketing, Análises SWOT, Modelos de Gestão de Ciclo de Vida, os “P” do Marketing, os “S” da McKinsey, a Matrix de Ansof, a Matriz BCG ou as Forças de Porter, apenas para citar alguns dos modelos mais conhecidos de forma mais ou menos aleatória, são ferramentas que se foram consolidando e que, a par de outras que vão continuamente sendo desenvolvidas, é da maior utilidade conhecer e dominar. É preciso enquadrar e sistematizar convenientemente as análises a realizar para garantir que todas as variáveis em presença são adequadamente ponderadas.

Porque o marketing é uma ciência…

Artigo publicado na Revista Marketeer n.º 278 de Setembro de 2019

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