Comida ou roupa? Portugueses dão primazia a bens de segunda necessidade nas compras online

84,5% dos portugueses tem acesso à internet, de acordo com dados do INE, mas os portugueses inquiridos estimam que a média será de 69%, o que significa que a abrangência deste recurso é subestimada. A conclusão é do estudo “Covid-19: Percepções vs Realidade”, realizado pela Ipsos Apeme no âmbito dos Prémios Cinco Estrelas.

Segundo a Ipsos Apeme, o mediatismo em torno dos computadores para ensino à distância e o acesso à internet à data da recolha das respostas poderá ter potenciado esta percepção.

Quanto às compras online, a análise indica que, de acordo com dados da SIBS, houve um aumento de 37% neste tipo de aquisições, mas os portugueses inquiridos vão mais longe: a percepção média é de um salto de 59%.

Por categorias, no que respeita aos tipos de produtos e serviços mais comprados através do canal online, os portugueses mostram-se distantes da realidade. Segundo a Ipsos Apeme, os internautas colocam em destaque as Compras de supermercado (37%) e as Refeições – takeaway, entrega ao domicilio (30%). No entanto, dados do INE mostram que Roupa, Calçado e Acessórios foram os produtos e serviços mais encomendados.

“Os respondentes estão convictos de gastos em bens essenciais/alimentares quando efectivamente os consumos online foram em bens de segunda necessidade, o que parece resultar do fecho das lojas físicas nestes sectores.”

O mesmo estudo indica que a evolução do comércio automóvel é bem conhecida pelos portugueses e que para isso terá contribuído o investimento dos vários stakeholders do sector em campanhas de divulgação em linhas com as metas de sustentabilidade ambiental da União Europeia e do Governo português. As marcas têm apelado, por exemplo, à substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis por automóveis eléctricos.

Mais de dois terços dos inquiridos afirma correctamente que houve uma diminuição da venda de veículos automóveis em 2020 e o mesmo número considera que se registou um aumento da venda de automóveis eléctricos face a 2019 – o que também é verdade, já que 2020 foi o melhor ano de sempre para os eléctricos em Portugal, com 7.830 ligeiros de passageiros matriculados (+13,8%).

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