Chef Bertílio Gomes reinterpreta “A Última Ceia”

Já é uma tradição da Semana Santa. Todos os anos, o Canal História desafia um chef a reinterpretar gastronomicamente “A Última Ceia” – a ceia de Jesus Cristo com os apóstolos. Entre os chefs convidados em anos anteriores destaque para Miguel Laffan, João Alves, Kiko Martins, Pedro Almeida, Miguel de Castro e Silva, Henrique Sá Pessoa, Vítor Sobral, Diogo Noronha, Rui Paula e Nuno Bergonse.

Este ano, naquela que é a IX edição do programa, foi desafiado para esta reinterpretação o chef Bertílio Gomes. A sua proposta pode ser vista no canal, a partir do dia 26 de Março, às 22h10, com repetições até à Páscoa, dia 4 de Abril, num programa gravado na Taberna Albricoque.

«Estou completamente convicta de que o chef Bertílio Gomes trouxe a este projecto uma abordagem muito interessante, original e surpreendente, com uma confecção imaculada, cheia de sabores combinada de tradição e história, sem desrespeitar a sua ligação à terra e ao sul de Portugal, mas também assente na actualidade. Devido à situação pandémica que vivemos, A Última Ceia foi transformada num take-away premium e segue as novas tendências de uma alimentação mais saudável», afirma Carolina Godayol, directora-geral do The History Channel Ibéria.

O chef disponibilizará o menu de petiscos (que podem ser apreciados em pequenas porções) recriado para o canal na Taberna Albricoque, em take-away e delivery, durante a Semana Santa, pelo preço de 40 euros para duas pessoas. Um menu que descreve com as palavras «simplicidade, autenticidade e sustentabilidade».

Os petiscos são maioritariamente vegetais, indo ao encontro dos hábitos alimentares daquela época e às tendências e necessidades de mudança de hábitos alimentares actuais, de forma a encontrar uma alimentação mais saudável e sustentável. «É um olhar para trás, para olhar para a frente», salientou o chef durante a apresentação virtual do menu. «O critério de escolha dos ingredientes assentou  na disponibilidade  nesta época do ano e nos referidos nos evangelhos bíblicos, que reflectem os hábitos alimentares da época, tais como o pão ázimo, o vinho, o grão, as favas, as lentilhas, o figo e as ervas. Acabei por colocar também um petisco de peixe,  por ser um elemento tradicional e reflectir a cultura portuguesa», explica Bertílio Gomes.

Na ementa encontra-se o tártaro de beterraba com grão e ervas amargas (agrião, azedas, chicória e dente de leão); lentilhas com queijo de cabra, tomate confit e kale; favas e trigo em pétalas de cebola assada; morcela vegetal (salada de cenouras assadas, temperada com cominhos e azeitonas); tártaro de carapau com figos secos e amêndoas; e para finalizar sorvete de vinho tinto com especiarias e frutos vermelhos com rabanada de folar da Páscoa. Todos os petiscos são acompanhados de pão ázimo. «A forma de comer a partilhar petiscos, dessa altura, também faz sentido agora», remata.

Texto de Maria João Lima

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