Bruxelas alerta para a necessidade de protecção dos jornalistas em eventos públicos

A Comissão Europeia partilhou hoje uma nota oficial em que dá conta da importância de proteger os jornalismos em eventos públicos, como manifestações, discursos ou vigílias. Segundo Dunja Mijatović, comissária europeia para os Direitos Humanos, «o jornalismo é uma profissão perigosa» e «imagens de jornalistas feridos em protestos tornaram-se, infelizmente, comuns na Europa e além».

De acordo com a comissária europeia, operadores de câmara, jornalistas, fotógrafos e outros profissionais de órgãos de comunicação social têm sido atacados durante o exercício das respectivas funções. «O que está em causa aqui é o direito de receber e transmitir informação: os jornalistas desempenham um papel crucial na disponibilização de cobertura independente de eventos públicos bem como de informação de como as autoridades lidam com manifestações.»

Por isso mesmo, indica Dunja Mijatović, deve ser-lhes dado acesso total a todos os tipos de eventos públicos e devem ser capazes de reportar os mesmos em segurança e sem interferência.

Um estudo reportado pela comissária europeia dá conta de pelo menos 58 incidentes com jornalistas em eventos manifestações associadas à Covid-19, entre Setembro e Dezembro de 2020, em Itália, Eslovénia, Áustria e Portugal. Em muitos casos, os atacantes sabem que as vítimas são jornalistas mas isso não os impede.

Por cá, outro incidente associado com a comunicação social também deu que falar nos últimos dias. Um repórter de imagem da TVI foi agredido após o jogo de futebol entre o Moreirense e o FC Porto. Em comunicado, o Conselho de Redacção da TVI “repudia veementemente” a situação e diz estar solidário “de forma integral e completa com o colega em causa”.

Na mesma nota, o Conselho de Redação da TVI lembra que “situações como a que se passou esta segunda-feira constituem um crime e são ofensivas e limitativas de direitos previstos na Constituição: o direito de um jornalista a trabalhar em Liberdade e sem condicionalismos e, por consequência, o direito de cada cidadão a ser informado”.

Artigos relacionados