Ao vapor, mas com (muito) sabor

Cento e Quatroº  é o novo conceito de fast food saudável que promete invadir os espaços de restauração lisboetas, para já, e mais tarde de todo País. Para já é correr ao Atrium Saldanha e às Amoreiras

Texto de Maria João Lima

Foi com algum cepticismo que fui experimentar o Cento e Quatroº. A verdade é que não estava a acreditar muito nos pressupostos de base: alimentação saudável e saborosa. Mas fui com a mente aberta.

E se, enquanto me falavam do conceito e das oportunidades de expansão do negócio ainda estava de pé atrás, rendi-me no momento em que levei à boca o primeiro pedaço do que viria a ser uma refeição surpreendente. Depois de uma degustação com alguns dos pratos mais requisitados do Cento e Quatroº (como os imperdíveis Ravioli com Requeijão, Espinafres, Pera e Nozes e o Camarão com Arroz de Coco e Sweet Chilli) e a não menos afamada tangerinada, rendi-me às evidências. É para repetir.

Agora imagine: um local onde se come bem, de forma saudável, com sabor e em que o tempo de confecção não ultrapassa os dois minutos. Está imaginado. É o Cento e Quatroº. A fórmula está na temperatura, que como o nome indica são os 104ºC. A essa temperatura, assegura o chef Francisco Magalhães «os alimentos mantêm as suas propriedades e todo o seu sabor em estado puro». E o trabalho do chef foi, é e será desenvolver receitas que funcionem em cesto de madeira, que possam ser cozinhadas em vapor num tempo curto e com a tecnologia certa.

Mas há mais. Tudo é feito à vista dos clientes. Os 12 cestos (cujos preços variam entre 6,95€ e 9,95€) estão expostos em vitrinas – quase como se de um mercado se tratasse – e o cliente olha para os produtos frescos e escolhe o cesto que quer que foi previamente pensado e preparado pelo chefe tendo em conta sabores, combinações, contraste e valor nutricional dos alimentos. O cesto escolhido vai à vaporeira e dois minutos depois, possíveis de acompanhar num contador – voilá – está pronto. A bebida que entretanto fora escolhida – há vinho a copo, a mítica tangerinada e águas aromatizadas – junta-se ao cesto e o cliente tem apenas de desfrutar. Para os gulosos – sim, eu! – há sobremesas. Nada de muito calórico, descanse. Há a mousse de iogurte gulosa servida com frutos secos e mel e a coqueluche da casa: um bolo de cacau que não leva farinha ou açúcar, mas que tem um delicioso interior de manteiga de amendoim. E não deve ser só impressão minha. É que 18% das pessoas que levam o cesto também pedem o bolo de cacau… Por apenas mais 132 Kcal!

Além do sabor e da rapidez, a saúde e a nutrição são os grandes pilares do Cento e Quatroº. Por isso, cada cesto está marcado com símbolos que informam o cliente se a receita é Vegetariana, Sem Glúten, Sem Lactose, Ovo-lacto Vegetariano, Baixo Teor de Gorduras e Alto Teor em Proteína.

Por agora a Cento e Quatroº tem apenas dois espaços abertos na capital, mas a ambição é continuar a crescer e conquistar a capital sempre em centros comerciais, vendendo mais de 100 refeições por dia / por espaço. Quando isso estiver feito começarão a pensar em alargar para todo o País. Uma ambição partilhada por todos os sócios que têm entre os seus membros, além dos chefs Francisco Magalhães e Joana Xardoné, pessoas ligadas à área financeira, medicina, biologia e marketing. Um grupo alargado de pessoas que se conhece há 30 anos e que, por agora, tem tido a capacidade de fazer investimento próprio sem recorrer à banca.

O objectivo dos sócios é ser a marca de referência em Portugal de cozinha a vapor. «Queremos democratizar o conceito de processar a comida a vapor. Gostávamos que isto entrasse em casa das pessoas não só pelo take away, mas com os robots que as pessoas têm em casa onde podem cozinhar a vapor», comentam. Daí que assegurem que a marca criada poderá vir a abraçar outros negócios no que respeita a cozinha a vapor. Aliás, o catering é uma das áreas de negócio que admitem fazer sentido na marca. «Já o fizemos com empresas próximo do Atrium. Não é ainda um canal de vendas assumido, mas existe a possibilidade.»

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