«A Jakala eleva a experiência do cliente final combinando o lado humano com dados e tecnologia»

Nasceu em Milão (Itália), mas desde cedo soube que não ficaria fechada nesse território. Iniciou o seu percurso no mercado ibérico em 2021 com a aquisição estratégica da BMIND, experimentando um grande crescimento desde então. A região Ibérica tornou-se num pilar fundamental da expansão da multinacional de MarTech, com escritórios em Lisboa, Madrid e Barcelona, dois centros especialização em Gijón e Pamplona, e mais de 300 colaboradores, servindo uma carteira de mais de 50 clientes. Actualmente, a nível global, a empresa emprega mais de 3000 colaboradores, em mais de 20 países.

No ano passado, a empresa apresentou um crescimento de dois dígitos, resultando em receitas globais que que atingiram os 520 milhões de euros. Tem reforçado a sua presença global e diversificação geográfica, com 43% das receitas provenientes de fora de Itália.

A Marketeer conversou com Pedro Freire, director da Jakala Iberia em Portugal, para perceber qual a importância do País para o negócio global e de que forma é que esta empresa se distingue das restantes na área do Marketing Digital

Qual a actual importância do mercado ibérico para a Jakala?

O mercado ibérico é um dos mercados core para a Jakala. Na Península Ibérica temos, não só um footprint importante graças ao trabalho realizado até ao momento pelas empresas que agora compõem a Jakala em Espanha e Portugal, mas também um conjunto de competências estratégicas para o grupo. Somos uma referência no mercado no que diz respeito à aplicação de Data e Inteligência Artificial em marketing ou em tecnologia de marketing (martech).

E que importância de Portugal dentro do mercado ibérico?

Portugal é um mercado estratégico para a Jakala em termos da sua ambição de crescimento e diversificação geográfica. Temos um track-record com alguns anos com clientes portugueses e ibéricos com presença em Portugal. A nossa ambição é, por um lado, aumentar esse track-record e aumentar a importância relativa de Portugal no mercado ibérico e, por outro lado, crescer tanto em abrangência como profundidade de competências chave, consumíveis e exportáveis a clientes noutros mercados onde a Jakala tem presença.

Qual a evolução do volume de negócios desde a entrada no mercado português?

Apesar de a Jakala já ter actividade com clientes portugueses há uns anos, foi no final de 2022 que abrimos o nosso escritório de Portugal. No ano passado, 2023, alcançámos na Jakala como grupo um crescimento de dois dígitos que elevou as receitas globais para 520 milhões de euros. Com a antes mencionada diversificação geográfica crescente, quase 50% das receitas foram provenientes de fora de Itália, que hoje continua a ser o nosso mercado mais importante.

Actualmente o que não faltam são empresas que se posicionam na área específica do Marketing Digital. O que é que a Jakala tem de diferente?

A Jakala diferencia-se pela capacidade de elevar a experiência do cliente final combinando o lado humano com dados e tecnologia, alavancando na inteligência artificial (IA). Temos apostado na integração de novas linhas de negócio centradas em Inteligência Artificial e estratégias de Engagement. Aplicamos a IA no âmbito da publicidade e marketing de modo a endereçar as limitações dos nossos clientes, de uma forma muito alinhada com os seus objectivos de negócio. Temos a capacidade de testar soluções mais complexas e à escala na nossa sandbox cross-plataforma JLab que nos permite combinar tecnologias, e soluções de IA, de diferentes vendors e validar num contexto que simula a realidade.

Do ponto de vista mais relacional, procuramos gerar uma relação de confiança e crescimento mútuo com os nossos clientes. Temos um grau muito elevado de recorrência de compra e continuidade de serviço e estamos muito orgulhosos de ser recomendados tanto por clientes como pelos nossos parceiros tecnológicos.

Que serviços presta, actualmente, aos clientes em Portugal?

Actualmente estamos principalmente a prestar serviços relacionados com a consultoria em estratégia e tomada de decisão sobre martech, definição e implementação de peças chave de martech como por exemplo CDP (customer data platform), marketing automation, campanhas de digital em media, e analítica.

Temos, no entanto, a capacidade de prestar um portfólio alargado de serviços da Jakala graças, em primeiro lugar, à nossa dinâmica de trabalho em rede ibérica, e à nossa rede internacional como, por exemplo, no âmbito dos dados geoespaciais com os quais somos capazes de construir clusters territoriais (e.g. bairro) com elevado potencial e relevância, que se tornam audiências avançadas para abordar campanhas de alto impacto e relevância.

Quais estarão sob maior desenvolvimento ao longo deste ano?

A nossa aposta para Portugal passa por pôr à disposição dos nossos clientes a nossa experiência na decisão, definição e implementação com muito êxito de soluções de martech ainda pouco maduras no mercado português como por exemplo os CDP – Customer Data Platforms. Principalmente quando temos a capacidade de testar estas soluções de martech (tecnologias de marketing e publicidade) na nossa sandbox JLab – laboratório e entorno de prova e experimentação proprietário da Jakala – antes dos nossos clientes realizarem qualquer investimento em tecnologia.

Do lado da activação de experiências, queremos desenvolver cada vez mais em Portugal os serviços relacionados com a capacidade de gerar campanhas de alto impacto em resultados em todo o funnel de cliente – Aquisição, Desenvolvimento, Retenção e Fidelização.

Quantos colaboradores tem a empresa, neste momento em Portugal e quais as perspectivas de crescimento neste indicador até ao final de 2024?

A nossa abordagem no mercado nacional é a de trabalhar em rede ibérica. Nesse sentido, independentemente de em que escritório ibérico estão os nossos colaboradores, conseguimos dar serviço a clientes portugueses de maneira nativa. Assim, não é tão relevante o número de colaboradores que geograficamente estão em Lisboa, mas sim aqueles que são capazes de pôr em prática as suas competências em Portugal. Temos colegas portugueses no escritório de Madrid, de Barcelona e em Lisboa. Temos também pessoas em Lisboa que somente servem outros mercados da Jakala como o espanhol por via da mencionada rede ibérica ou, por exemplo, o italiano.

O escritório de Lisboa serve tanto clientes locais como para outros mercados, em proporção variável segundo o mix de projectos e necessidades. É também relevante notar que alguns dos nossos projectos são internacionais e, portanto, o serviço é prestado ao mesmo tempo para mais do que um país, entre os quais pode estar Portugal.

Quais são os principais sectores de actividade dos clientes portugueses?

Energia, Banca, Retalho e Travel & Leisure são os principais sectores de actividade dos nossos clientes em Portugal.

Que vantagens para os clientes de ser uma empresa que está presente em diversos mercados? E que vantagens para os colaboradores da empresa?

Para os clientes, a presença em diversos mercados oferece acesso a conhecimento local, garantindo insights e adaptação de estratégias para maximizar o impacto; ao mesmo tempo que permite beneficiar da experiência e especialização que temos em países mais desenvolvidos em determinadas especialidades ou âmbitos. Por outro lado, permite-nos realizar projectos de âmbito internacional, que tem sido cada vez mais comum.

Para os colaboradores, proporciona oportunidades de aprendizagem ao expô-los a diversas disciplinas. Isso desafia os colaboradores a desenvolver habilidades de adaptação, comunicação e resolução de problemas, promovendo o seu crescimento profissional. Além disso, oferece oportunidades de mobilidade global e exposição a diversos projetos, promovendo o avanço na carreira.

Em outros mercados a Jakala tem crescido pela via de aquisição de empresas locais. Está prevista estratégia semelhante em Portugal? Há alguma empresa na mira da Jakala?

É verdade que uma parte importante do crescimento da Jakala tem sido inorgânica, através da aquisição de empresas para o nosso grupo, como por exemplo a FFW. Mas também é verdade que temos apostado num crescimento orgânico por via da contratação de perfis de referência como Brian Whipple (ex-CEO Global da Accenture Song) para o nosso board ou Glen Hartman para liderar a Jakala na América do Norte. Em Portugal, assim como no resto da Europa e outros mercados estratégicos, estamos atentos a oportunidades de expansão inorgânica que se encaixem com o nosso posicionamento, cultura, portfólio de produtos e serviços.

De que maneira é que a presença no mercado ibérico poderá facilitar uma expansão para lá do Atlântico?

É desde a Jakala Iberia que estamos a desenvolver o mercado na América Latina de língua espanhola. É verdade que o idioma facilita, mas temos também parte da nossa liderança nesta região, neste caso, no México. Já estamos a desenvolver projectos estratégicos principalmente na América Central. No caso do Brasil, temos um escritório local.

A América do Norte é um mercado diferente, com a liderança local do Glen Hartman, e terá um desenvolvimento a outro ritmo, com a ambição de apresentar a Jakala como uma marca inovadora no mercado com o crescimento mais acelerado.

Texto de Maria João Lima

Artigos relacionados