Preconceito com as rugas está a custar milhões às marcas de Moda

A discriminação com base na idade é um problema transversal a várias áreas da sociedade e a diferentes indústria, incluindo a Moda. Segundo o Business Insider, as marcas deste sector podem estar a perder milhares de milhões de dólares todos os anos por se recusarem a comunicar para um público mais velho.

Só no Reino Unido, diz a mesma publicação, os gastos em vestuário e calçado por parte de consumidores acima dos 50 anos deverá ultrapassar amplamente os gastos das pessoas com menos de 50 anos dentro de duas décadas (dados do International Longevity Centre) .

Em 2018, o valor gasto por clientes com mais de 50 anos situava-se nos 16,6 mil milhões de libras mas, em 2040, chegará aos 29,3 mil milhões de libras. Por outro lado, os 17,7 mil milhões gastos pelos menores de 50 saltará para apenas 21,5 mil milhões.

Contudo, já existem exemplos de insígnias que sabem dar valor a esta faixa etária e que se têm apresentado ao serviço da luta contra o preconceito de idade. São, tendencialmente, marcas mais pequenas ou de nicho, uma vez que o mercado mainstream parece continuar focado nos consumidores mais jovens.

A designer brasileira Helena Schargel é um exemplo de como é possível contemplar outro tipo de públicos. Segundo conta a mesma publicação, Helena Schargel criou uma linha de lingerie pensada para mulheres com mais de 60 anos: «O Mundo está a ficar mais velho. Dentro de 20 ou 30 anos, haverá mais avós do que pessoas jovens e temos de nos preparar para isso. As empresas precisam de se preparar para isso.»

A designer brasileira afirma ainda que, apesar de a colecção estar pensada para mulheres mais velhas, são bem-vindas clientes de todas as idades. Quando à promoção das peças, a opção vai para modelos reais, com rugas e marcas do tempo, sendo que a própria designer veste a pele de modelo. «Elas [as rugas] são muito importantes. Mostram que cheguei aqui, agora. Não quero Photoshop, por favor», diz.

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