
Portal da Queixa: Aumento do custo de vida reflete-se nas reclamações dos consumidores
A inflação e o aumento do custo de vida continuam a preocupar os consumidores portugueses, como demonstra o número crescente de reclamações registadas no Portal da Queixa. Em 2024, foram submetidas 44.329 queixas, um crescimento de 22% entre o primeiro e o segundo semestre do ano, destacando o impacto da instabilidade económica no quotidiano dos portugueses.
De acordo com a análise da Consumers Trust Labs, os setores mais afetados pelas reclamações relacionadas com o aumento de preços incluem Comunicações, TV e Media (14%), Banca, Pagamentos e Investimentos (9%), Informática e Tecnologia (8%), Bens Essenciais como Água, Eletricidade e Gás (8%) e ainda Hotéis, Viagens e Turismo (8%). Os consumidores criticaram, em muitos casos, aumentos de preços que consideram não terem explicação aparente.
O relatório revela que as mulheres apresentaram a maioria das reclamações, representando 51% do total, e os consumidores mais jovens, com menos de 34 anos, contribuíram com 33% das queixas registadas. Estes dados sugerem que os jovens estão particularmente vulneráveis à pressão causada pela subida dos preços, um reflexo da situação económica atual.
Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Aveiro são os distritos que concentram o maior volume de reclamações, espelhando a densidade populacional e a dinâmica económica destas regiões.
Apesar de 63% das reclamações terem sido resolvidas, a avaliação média atribuída pelos consumidores às soluções alcançadas foi de apenas 3,8 em 10, demonstrando que as respostas apresentadas não têm correspondido às expectativas de quem reclama.
Pedro Lourenço, Fundador do Portal da Queixa, sublinha a importância de medidas mais claras e eficazes para lidar com as preocupações dos consumidores: “O aumento do custo de vida, aliado à insatisfação dos consumidores mais jovens, reforça a necessidade de maior transparência na comunicação dos aumentos de preços e estratégias mais eficazes para mitigar o impacto da inflação.”
Com uma economia marcada pela inflação e instabilidade, os consumidores continuam a exigir maior clareza e soluções que façam jus às suas expectativas e dificuldades. A pressão sobre as empresas para responderem eficazmente a estas preocupações pode determinar a confiança dos portugueses no mercado.