8 tendências que estão a moldar o futuro do retalho: da saúde às compras localizadas

O impacto do coronavírus não será apenas momentâneo. Segundo a Dunnhumby, empresa dedicada à área de Customer Data Science, as alterações que a pandemia de COVID-19 provocou nos hábitos de consumo deverão prolongar-se no tempo, mesmo depois de o Mundo já se ter despedido desta doença.

Da preocupação com a saúde e o bem-estar ao comércio online, são oito as tendências emergentes que irão moldar o futuro do retalho:

1 – O valor torna-se crucial para a tomada de decisão. Uma das possíveis consequências da pandemia prende-se com a moderação do consumo: à medida que se gera também uma crise económica e que os rendimentos das famílias sofrem, os consumidores tornar-se-ão mais frugais e mais atentos ao valor que determinado loja ou supermercado oferece. Estabelecimentos que não providenciem produtos essenciais ou preços acessíveis não serão privilegiados. No mesmo sentido, de modo a evitar a visita a várias lojas, espaços que disponibilizem uma experiência “one-stop-shop” sairão a ganhar;

2 – Compras localizadas representam novos desafios. A comércio de proximidade ganhou adeptos com a quarentena, uma vez que os consumidores tentam ao máximo reduzir as deslocações e o tempo passado na rua. Esse hábito poderá prolongar-se e, consequentemente, representar novos desafios para grandes superfícies ou armazéns;

3 – Aventuras na cozinha são para continuar. Durante o confinamento, os portugueses descobriram o prazer de fazer pão, bolos ou outras receitas de raiz. Este gosto pela cozinha e pelas aventuras gastronómicas assinadas pelas próprias mãos deverá continuar, resultando numa procura cada vez maior por produtos frescos em vez de refeição pré-preparadas, por exemplo;

4 – Saúde, bem-estar e comportamento humanista são os novos padrões. A pandemia acordou também os consumidores para a necessidade de um sistema imunitário forte e de um estilo de vida mais saudável. Segundo a Dunnhumby, aumentaram as compras de alimentos mais nutritivos e a preocupação com o corpo e a mente será para continuar. No mesmo sentido, os consumidores mostram-se mais preocupados com o bem-estar dos colaboradores das lojas e com a ética de toda a cadeia de abastecimento. São exigidos comportamentos mais humanistas;

5 – Retalho online chega a um ponto de viragem. Em crescimento há já alguns anos, o comércio electrónico acelerou durante a quarentena, beneficiando do facto de uma parte significativa da população estar em casa. Poderá mesmo ter chegado ao ponto de viragem: a partir de agora, será este o novo normal. Os retalhistas terão, por isso, de apostar na sua capacidade de resposta e na garantia de que novos clientes se transformam em clientes fiéis, que regressam para uma segunda compra;

6 – Expectativas face ao digital em linha com o boom online. Diz a Dunnhumby que as expectativas dos consumidores relativamente à digitalização da economia não se limita à disponibilização de uma loja online, por exemplo. Esperam inovações que tornem também as compras físicas mais fáceis, rápidas, seguras e livres de contacto. Querem, entre outros, aplicações que permitam perceber a lotação de uma loja antes de saírem de casa ou sistemas de self-checkout;

7 – Responsabilidade social ganha peso. As marcas não são vistas apenas como fornecedoras de produtos ou serviços, mas também como membros da sociedade e das comunidades locais. Por isso mesmo, devem apostar na responsabilidade social, nomeadamente através de promoção de actividades que beneficiem a comunidade (bancos alimentares ou outras iniciativas de solidariedade) e de acções de apoio a produtores locais ou nacionais;

8 – A consolidação do mercado irá definir os próximos anos. A contracção da economia irá resultar previsivelmente num aumento da competitividade, para benefício dos grandes retalhistas. A formação de alianças globais ou aquisição de empresas rivais permitirá a ascensão de grandes grupos, que operam com mais eficiência e em grande escala. Os retalhistas mais pequenos, por outro lado, tenderão a sentir mais dificuldades.

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