Zara acusada de “escravatura” no Brasil
A espanhola Zara, detida pela Inditex, está a ser alvo de investigações por parte do Ministério do Trabalho brasileiro, por alegada utilização de mão-de-obra escrava. O caso foi despoletado pela inspecção a uma fábrica em São Paulo. Entre as irregularidades identificadas, noticia o Diário Económico, encontravam-se indícios de trabalho infantil, já que um dos trabalhadores era um adolescente de 14 anos, turnos de 16 horas e o pagamento de salários inferiores ao mínimo exigido.
A mão-de-obra provinha, sobretudo, da Bolívia e do Peru, sendo descontados nos salários dos empregados os custos da viagem para o Brasil e gastos com comida, por exemplo.
De acordo com o Expansión, tratava-se de uma fábrica participada da Zara, a AHA. Ainda assim, as autoridades brasileiras consideram que deve ser a multinacional espanhola a responder pelas infracções. A Inditex fez já saber que assumiu a totalidade das compensações económicas aos trabalhadores, de acordo com a lei brasileira, e corrigirá as condições laborais da sua participada, de forma a que estejam ao mesmo nível que as instalações auditadas e aprovadas pelas inspecções da Inditex. Segundo o site brasileiro Modaspot, os trabalhadores recebiam salários entre os 274 e os 460 reais (cerca de 119 e os 200 euros, respectivamente), valores que se situam abaixo dos 545 reais (aproximadamente 237 euros) de salário mínimo. De referir que esta sexta-feira, e fruto das denúncias em São Paulo, as acções da Inditex sofreram uma desvalorização de 4,25% na Bolsa de Madrid.