Um futuro sem emissões nem mortes na estrada

A visão da Nissan para o futuro reside em alcançar zero emissões de CO2 emitidas pelos veículos e, ao mesmo tempo, zero mortes na estrada, apontando a mobilidade inteligente e autonomização automóvel como solução para tal.

Na conferência do Automonitor “O Futuro do Automóvel”, Gareth Dunsmore, director de Veículos Eléctricos da Nissan Europa, defendeu que é fundamental alcançar uma forma de mobilidade automóvel que funcione sem emissões. «E isso não será possível com motores de combustão. E temos vindo a desenvolver tecnologias para obter potência sem recurso a gases poluentes», vinca o responsável.

Para tal, desde 2007, a marca já investiu quatro mil milhões de euros no desenvolvimento de baterias, para que possa conferir uma maior autonomia aos veículos eléctricos. E, desde 2007, colocou estações de carregamento rápido por toda a Europa.

Gareth Dunmore refere que, a nível europeu, existe uma forte correlação entre a cobertura de carregamento rápido e os veículos eléctricos vendidos pela marca. «Não basta ter sensibilidade em relação ao tema, temos de providenciar as soluções de mobilidade para que os consumidores possam usufruir das mesmas», refere.

Quanto ao futuro, o responsável acredita que o posto de combustível do futuro não será mais do que cada veículo, fruto da possibilidade de criar e expandir uma rede eléctrica. «As tecnologias presentes nos veículos transformá-lo-ão num posto de combustível móvel. Sempre que estiver estacionado, pode estar conectado a uma rede eléctrica e assim recarregar a energia», vinca. E acrescenta: «Vamos continuar a investir nestes veículos, pois são a solução para o futuro que queremos. Em 2016 vendemos, significativamente, mais veículos eléctricos que em 2015 e isso será uma tendência no futuro.»

Autonomia para fazer frente à sinistralidade

Até 2026, o director de Veículos Eléctricos da Nissan Europa relembra que existirão automóveis completamente autónomos das construtoras Tesla, Renault/Nissan, Audi, Volkswagen, Mercedes, Volvo, Ford, General Motors, BMW e Toyota. O responsável refere que ter carros complemente autónomos permite que pessoas de mobilidade reduzida possam também deslocar-se em automóveis. E vinca que, quanto à sinistralidade, a aposta em automóveis completamente autónomos poderá ser uma forma de reduzir o número de acidentes e mortes na estrada, dado que, em teoria, a máquina errará menos que o humano.

Gion Baker, CEO da Vodafone Automotive, outro dos intervenientes da conferência, destaca que, enquanto a condução não é autónoma, existem tecnologias para reduzir a sinistralidade. Para o responsável, a Internet of Things será uma forma de interligar viaturas entre si, o que trará novas formas de segurança na estrada. «Já lançámos serviços como a possibilidade de ter Internet na viatura. E tal permite aumentar a conectividade entre os veículos. Esta conectividade permite, por exemplo, que um veículo aceda à câmara frontal do veículo que vai à sua frente, aumentando assim a sua visibilidade», explica o CEO.

O responsável da Vodafone acrescenta que estas tecnologias não são exclusivas aos automóveis, pois podem ter grande importância no universo das bicicletas e motas. «O objectivo é providenciar-lhes mais informação, para que possam prevenir acidentes, dar conta de pontos de interesse, estarem conectadas com as seguradoras ou terem uma tecnologia anti-roubo», explica.

Sinergias são essenciais

«A transformação automóvel, com incidência nos veículos eléctricos, já começou há muito tempo e estamos a meio deste processo», refere o CEO da Vodafone Automotive. No entanto, o responsável vinca que os especialistas desta indústria não conseguirão completar esta mudança sem trabalhar em sintonia, pois são necessárias as competências electrónicas, a tecnologia IoT, construção automóvel e a distribuição dos mesmos, pelo que é necessário haver colaboração entre vários players. «Têm de ser criadas sinergias pois só assim conseguirão contribuir para a evolução da tecnologia», explica.

Gareth Dunsmore partilha essa opinião, expressando que o objectivo passa por disponibilizar a mobilidade inteligente para qualquer pessoa, em qualquer local e em qualquer altura. «Para isto tem de haver colaboração entre várias entidades, ter em conta as necessidades de cada mercado e adaptar as soluções e tecnologia a cada um deles. Cada cidade tem o seu ecossistema, pelo que a estratégia tem de ser pensada localmente», refere o responsável da Nissan.

Texto de Rafael Paiva Reis

Na mesma conferência foi ainda descrita a actual situação de Portugal na rota do automóvel do futuro.

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