SheIn acusa Temu de copiar designs e roubar segredos industriais. Caso vai para tribunal

A gigante chinesa de moda rápida SheIn processou a sua rival Temu nos Estados Unidos da América, acusando-a de copiar os seus designs e de praticar roubo de segredos industriais. A acção judicial, apresentada num tribunal de Washington DC, surge após anos de controvérsia em que a própria SheIn tem sido acusada de copiar designs de grandes marcas como H&M, Ralph Lauren, Adidas e Puma.

No processo, a SheIn solicita um julgamento com júri para avaliar os danos causados pela alegada violação de propriedade intelectual, falsificação e práticas de publicidade enganosa. A empresa afirma que a Temu montou uma “trama” para se infiltrar no mercado dos EUA, vendendo produtos a preços tão baixos que a própria Temu estaria a perder dinheiro em cada transacção.

“A Temu atrai os consumidores dos EUA com a promessa de preços extremamente baixos, mas não consegue lucrar com essas vendas, sendo obrigada a subsidiar cada transacção, o que resulta em perdas financeiras”, aponta a SheIn no documento judicial.

Além disso, a SheIn acusa a Temu de encorajar os vendedores da sua plataforma a violar direitos de propriedade intelectual, vendendo produtos falsificados ou de baixa qualidade. A gigante chinesa denuncia ainda que a Temu controla os preços desses produtos e impede que sejam retirados, mesmo quando se comprovam ser cópias.

Um dos aspectos mais graves da acusação é a alegação de que um antigo funcionário da SheIn terá fornecido à Temu informações confidenciais, permitindo à rival identificar os produtos mais vendidos e aceder a dados sensíveis sobre preços.

Este processo marca mais uma batalha no competitivo mercado de comércio electrónico chinês nos Estados Unidos. No final do ano passado, a Temu acusou a SheIn de infringir direitos de autor e de pressionar fornecedores a assinar contratos de exclusividade, limitando a concorrência.

O desfecho deste litígio poderá ter um impacto significativo na indústria da moda rápida, que tem estado sob escrutínio por questões de cópias e éticas na prática de trabalho.

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