Reclamações sobre marketplaces disparam 94%. Shein é o pior

Entre 1 de Janeiro e 31 de Julho deste ano, o Portal da Queixa recebeu 997 reclamações referentes a marketplaces internacionais. Trata-se de um crescimento de 94% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo esta plataforma, Shein (417 queixas), Wish (190), Aliexpress (168) e Amazon (104) são os sites de comércio electrónico mais visados. Apesar de apresentarem, por vezes, preços mais baratos, esta descida no montante a pagar nem sempre compensará os problemas que podem surgir. Juntos, estes quatro marketplaces são responsáveis por 88% do total de reclamações registadas no período em análise (nesta categoria).

No entanto, os marketplaces que mais viram o número de reclamações aumentar face ao ano passado foram Aliexpress (+137%), Amazon (+136%) e MiniIntheBox (+200%).

Quanto aos principais motivos de reclamação dos consumidores, destaque para atrasos ou problemas na entrega das encomendas (59% das reclamações), seguidos por questões relacionadas com o funcionamento ou qualidade dos produtos (13%). Logo depois surge a dificuldade de obtenção de reembolso (11%)

Mais de metade (55,6%) das reclamações diz respeito a consumidores do género feminino e 44,1% a homens. O Portal da Queixa revela também que a maioria das queixas foi registada por pessoas entre os 18 e os 44 anos (69,7%).

«Aquilo que, à partida, parece ser mais um benefício da globalização digital – pelo fácil acesso a produtos de vestuário, tecnologia e electrónica, com descontos consideráveis e raramente disponíveis em lojas físicas no território nacional – nem sempre resulta num bom negócio para uma grande parte dos compradores em Portugal», sublinha Pedro Lourenço, CEO & founder do Portal da Queixa by Consumers Trust.

De acordo com o mesmo responsável, os baixos níveis de literacia digital serão um dos principais motivos para os portugueses arriscarem comprar através de marketplaces deste tipo. Segundo Pedro Loureço, «estas plataformas servem meramente como meios de divulgação de produtos, a troco de uma comissão de venda, não interferindo no processo de compra entre o vendedor e o comprador».

Isto significa que em caso de litígio, falta de entrega das encomendas ou necessidade de apoio pós-venda, os consumidores são redireccionados para o contacto directo com o real vendedor, que pode nem falar a mesma língua.

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