Portugueses voltam a consumir mais em casa
Os portugueses estão a fazer mais refeições em casa, um momento de consumo que aumentou 0,5% em volume no último trimestre de 2018, face ao período homólogo do ano anterior, quando se registou uma queda de 2,2%.
De acordo com o estudo “Marcas+Consumidores”, realizado pela Kantar para a Centromarca, esta evolução prende-se com o nível de confiança do consumidor, que se mantém negativo desde Julho de 2018, fazendo ressentir o consumo fora de casa.
O facto de os portugueses estarem a fazer mais refeições nos seus lares, como almoço e jantar, permitiu a estabilização do FMCG. Em relação a 2017, 60% das categorias que diminuíram o seu peso pertenciam à alimentação. Já em 2018, 91% das categorias que cresceram são, igualmente, do sector alimentar.
O estudo aponta ainda que 80% dos portugueses aproveita as promoções para comprar mais das suas marcas favoritas. Trata-se de um aumento de 3% face a 2017, mas comparativamente com 2014 esse número cresce para 21%.
Em 2018, as marcas de fabricantes recuperaram algum protagonismo em relação às marcas de distribuição, tendo as primeiras crescido 1% face à queda de um ponto percentual das segundas. Este crescimento, no entanto, deveu-se às promoções, sendo que 78% das cestas dos consumidores tinham, pelo menos, um produto de marca de distribuição. Verificam-se cestas mais volumosas e com mais marcas de fabricantes. Apesar de se registar uma menor frequência de compras, os portugueses compram em maior volume.
«O ano de 2018 mostrou um mercado a encarar com alguma prudência os sinais da economia e a fazer apenas alterações pontuais no seu padrão de consumo, enquanto, ao mesmo tempo, marcas e retalhistas deram sinais de expectativa em relação às antecipadas alterações de contexto e funcionamento do mercado previstas para o corrente ano», explica Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca.
Quanto a 2019, estima-se que volte a ser um ano de manutenção positiva, com base nos indicadores do primeiro trimestre.
Em termos de tendências para o futuro, o grande foco estará no target senior, cujo gasto em bens de FMCG é quase o dobro do dos lares com quatro ou mais integrantes.
Texto de Rafael Paiva Reis