Opinião de Rui Miguel Nabeiro (Grupo Nabeiro-Delta Cafés): Manter o rumo da reinvenção
Por Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro-Delta Cafés
Temos ultrapassado, nos últimos anos, complexos obstáculos com um notável espírito de superação e adaptação, o qual tem permitido responder às dificuldades desafiantes que o mundo e o País têm vindo a conhecer. Tem sido perante a incerteza, que observamos os vários sectores em processo de reinvenção, de adaptação, não apenas de forma a responder às novas necessidades de consumo que a sociedade procura, mas também tendo sempre como objectivo a segurança dos seus clientes e consumidores. E se os padrões de exigência mudaram, torna-se cada vez mais importante encontrar soluções que se adaptem às novas circunstâncias.
Quando o País e o mundo começam a sair de uma das mais graves crises que vimos em décadas, vemo-nos agora abalados pela guerra na Europa. Mais uma vez, estamos perante o desconhecido, o imprevisível, a insegurança e o medo. No entanto, estes não nos podem paralisar. É nestes contextos desfavoráveis que se torna crucial apostar na inovação para responder aos desafios globais, é da imprevisibilidade e do desafio que nascem oportunidades, através das quais temos reafirmado a nossa determinação e coragem. É importante continuar a procurar soluções e a contribuir para o desenvolvimento, crescimento e bem-estar do País. O caminho rumo à reinvenção das empresas, acelerado pela pandemia, não pode ser interrompido. Pelo contrário, torna-se ainda mais importante responder aos desafios globais colocados pelas alterações climáticas, a digitalização e pela transformação do mercado.
O consumidor sempre procurou novidades e variações no mercado. As novas gerações, a influência das redes sociais, o acesso a mais informação, a crescente consciência ambiental e social, assim como a constante preocupação com segurança, saúde e bem-estar, entre outros factores, estão a criar tendências de consumo que influenciam a decisão de compra. Cada vez mais se torna indispensável ter a capacidade de criar e fortalecer marcas capazes de impactar a sociedade de forma positiva e inspiradora.
É importante promover um modelo de competitividade crescente e mais ousado para o País, assente na construção de marcas fortes, enquanto pilar fundamental da criação de valor para a economia e para a sociedade. Considero que as marcas têm uma grande responsabilidade, como veículos de comunicação, de assumir um papel activo na transmissão dos seus valores para as comunidades que as seguem. Seja na comunicação de marca, seja na origem do produto, ou na dinamização de acções que consigam aportar uma visão de transparência, ética, inclusão e humanismo. Uma produção sustentável, responsável e justa, que cuida do planeta e do ecossistema.
Artigo publicado na revista Marketeer n.º 309 de Abril de 2022