O modelo de financiamento dos media está a mudar?

Depois de em quatro anos o mercado publicitário português ter sofrido uma quebra a rondar os 40% em valor – de 800 milhões de euros em 2008, para 500 milhões em 2015-, as boas notícias estão aí e revelam que não só se ajustou como começou a crescer, tendo registado um aumento de 3% em 2015. Os dados foram avançados esta manhã por Alberto Rui, CEO Mediabrands Portugal durante o debate “Da idade média a 2020”, para quem há ainda algum potencial «de desenvolvimento», ou não fosse o peso do investimento publicitário no PIB de apenas 0,4%.

No entanto, e conforme Alberto Rui chamou a atenção, o paradigma em termos de alocação publicitária está a mudar, prevendo-se que nos próximos quatro anos o crescimento em Tv ronde os 1,9% – pesando ainda aqui a transferência para canais Pay Tv -, enquanto no digital deverá chegar aos 12,5%.

Mais ainda, apresentou, «o mobile canalizará parte do investimento, com estimativas de crescimento médio de 23% nos próximos anos».

Para António Casanova, CEO Unilever, presente no debate, «vamos ter um modelo económico novo, em que os espectadores pagarão o que querem ver». Ou seja, defende, os media serão financiados não só pelos anunciantes como, também, pelos “clientes”.

E para que os clientes estejam dispostos a pagar, é fundamental que os media «sejam capazes de antecipar tendências» e estar um passo à frente, conforme advogou Francisco Pedro Balsemão, a quatro dias de assumir funções como CEO da Impresa.

No que toca à casa que irá dirigir, esta apostará no digital e aproveitará «todas as oportunidades» que lhe surgirem, como foi o caso da venda de conteúdos para o Netflix.

Presentes ainda no debate estiveram Rosa Cullell, CEO Media Capital, e Edson Athayde, CEO FCB Lisboa.

Texto de M.ª João Vieira Pinto

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